19 junho 2012

o maior desafio

I want to suggest that the biggest challenge facing mature democracies is how to restore the social contract between the generations.
Nial Ferguson

O Syriza oferece aos jovens a possibilidade de se realizarem 3 quebras de compromissos: com os credores, com os funcionários públicos e com os reformados. Os jovens são quem mais tem a ganhar com cada uma destas quebras de compromisso. O Syriza tem ainda a vantagem de oferecer uma quebra do contrato social em nome de grandes princípios solidariedade e humanidade, mas no fundo do que se trata aqui é de ir à reforma da avó.
João Miranda

106 comentários:

lusitânea disse...

Curiosamente os Syriza´s & CIA querem sempre reforçar o salvamento do planeta.Porque o mundo é um só.Por cá a modernidade é conseguirem pintar a avó de preto...

Pedro Sá disse...

Deve ser burrice minha que não percebo a fundamentação do João Miranda...

Fernanda Viegas disse...

Já somos dois!

zazie disse...

Aqui dá para ver as percentagens até 2009

http://www.ohchr.org/Documents/Issues/EPoverty/older/Greece.pdf

Esta questão vai ser a do futuro- o envelhecimento da população e quem a sustenta.

Mas ninguém está a pensar no problema. Até porque o que interessa é o voto.

Eu não sei, mas algo me diz que vamos ter mais panóptico à Bentham à custa disto.

No Brasil já lá está. Os velhos do Estado- tutelados pelo Estado e com direito a retorna.

Ninguém fala disto.

Lionheart disse...

Pode-se censurar os jovens gregos? Nao vao ter estado social. A reforma sera misera. A "heranca" que lhes deixaram foi uma enorme divida para pagar uma "festa" de que nao gozaram, nem chegarao a gozar. A quebra do contrato social e' a sequencia ligica dos acontecimwntos.

zazie disse...

O inverso ia dar ao mesmo. É a lógica utilitária que está em questão.

Quer a que o JM defende, quer a deste.

sampy disse...

"Do que se trata aqui é de ir à reforma da avó".

Não, João Miranda. O que se trata aqui é de dizer à avó que o seu neto não está em condições de descontar para a reforma dela. O esquema de Ponzi estourou.
A avó que deite as culpas aos avós dela, e deixe os netinhos em paz.

Ricciardi disse...

Toda a gente discute as pensões, mas ninguém pensa em tomar decisões que tem a ver com o alcançar uma idade média da população adequada.
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De subida em subida na idade das pensões vamos andando até que se coloque a idade para reforma no próprio ano da morte.
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Olha pá, estatisticamente vais morrer aos 80 anos. Como já tens 80anos vamos te dar a pensão. Lindo.
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Lindo e motivador. Afinal de contas quem é que consegue ter familia grande em Portugal?
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Em Portugal e em qualquer outro país da modernidade liberalizante. Não há condições. Financeiras e de TEMPO.
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Um ser humano vale, nos dias de hoje, aquilo que ele pode produzir de imediato. Parir não é produzir. Criar não é produzir. Quando muito é arcar com despesas de maternidade, de ausencias ao trabalho para amamentar, e mais as assitencias pelas doenças infantis... enfim, despesas, dizem.
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E depois vêm os JM's deste mundo dizer que, afinal, a idade de reforma no próprio ano de morte estatistica não chega. Além de irem receber a reforma na idade da própria morte, só lhe vão pagar 35%do salario.
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Dizem que o estado não tem dinheiro. Não tem, nem nunca terá a seguir este tipo de politicas rascas.
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Eu profetizo uma coisa ainda PIOR. A idade de reforma vai passar para além do ano da morte. A sério. A ideia que profetizo é simples: a idade de reforma vai ser aos 85 anos; o morto que finou aos 80 anos vai ter de continuar a descontar por mais cinco anos. Está morto, eu sei, mas os herdeiros servem para alguma coisinha, não é?
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Cambada de parvos.
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Rb

sampy disse...

O que me assombra é a quantidade de gente, aparentemente inteligente, qua está absolutamente convencida de que anda a descontar para a sua própria reforma. É uma coisa impressionante. Esta malta não faz a mínima ideia do que se está a passar. Tentam a todo o custo manter a ilusão; ou então, indignam-se e revoltam-se, mas sempre com as pessoas erradas. O pesadelo xuxialista está para durar...

sampy disse...

Ó Ricciardi, alcançar uma idade média da população adequada? Com o esquema da Segurança Social falido? Que melhor adequação queres do que: "Não há dinheiro, não há reformas"?
Não há nada a discutir. Falta apenas as pessoas mentalizarem-se de que a festa acabou.

Ricciardi disse...

O que está falido não é a Seg. Social. Em progressiva falência está a idade média da população.
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A primeira tem dificuldades porque a segunda não foi, não é, nem se vislumbra que seja cuidada ou motivada.
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A ser assim, é continuar até ao desastre total. Se a idade média é de 45 anos e os casais geram 1,3 filhos é deixar andar, de forma que a idade média da população chegue finalmente aos 60 anos. É um instantinho. Vais ver Sampy. Basta continuar a este ritmo que dentro de 20 anos a idade média passa para os 53 anos. E esperas mais um bocado e a coisa vai lá.
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Rb

Ricciardi disse...

Obter uma idade média equilibrada significa uma coisa simples:
motivar o nascimento quando a idade média é elevada e desmotiva-lo quando a idade média está demasiado baixa.
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Essa motivação advém de politicas. Não cabe ao estado, obviamente, engravidar as moças, mas cabe-lhe dar beneficios fiscais e muitas outra iniciativas (que me levariam demasiado tempo a inumera-los) e que motivem o pessoal a gerar mais filhos. E retirar esses beneficios em situação inversa.
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Rb

Ricciardi disse...

A liberdade individual, o libre-arbitrio é sempre algo que escolhemos fazer em função daquilo que nos rodea. Abro o guarda chuva porque tenho liberdade para fazê-lo, mas só o faço porque começou a chover. A liberdade é coisa linda e bonita mas dependente da realidade aonde me insiro. Na verdade Deus não me deu liberdade para abrir o guarda-chuva, já que me condicionou enviando chuva grossa.
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E é assim em tudo. Ora, por maioria de razões, a minha liberdade em ter os filhos que muito bem entender esbarra com as minhas limitações financeiras e de tempo para o efeito. É assim, por mais que alguns mais puristas pensem que são livres, não são.
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Ora, se vivemos em sociedade e se as nossas reformas dependem da estrutura étaria da mesma sociedade é natural que alguns seres pensantes do governo pudessem ver este problema e ataca-lo à nascença. O problema é que ninguém pensa.
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E depois há os que pensam, mas de forma assassina. Os chineses por exemplo. Que queriam suster o crescimento da população e desatam a matar as raparigas bébes.
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Rb

sampy disse...

Ricciardi, a idade média da população é parte ínfima da quaestão. Mesmo que os casais gerassem 7,2 filhos, isso só significaria que o desemprego jovem estaria na casa dos 65%; e a Segurança Social estaria a gastar com estes as últimas migalhas que lhe restam.

O facto é que não há emprego para todos; e muito menos no estilo a que nos habituámos: 40 horas, salário mínimo... E quem não factura, não desconta.

Solução para isto? Guerra. Epidemia. Cataclismo. Algo que reduza significativamente a população e destrua as estruturas existentes. É como os pastos no monte: para os ver a crescer viçosos, é preciso pôr o monte a arder primeiro.

joserui disse...

O Miranda não quer... mas "they pull him back in"... grande homem o que inventou o copy/paste!... -- JRF

Ricciardi disse...

«Mesmo que os casais gerassem 7,2 filhos, isso só significaria que o desemprego jovem estaria na casa dos 65%» sampy
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Sabe qual é o se problema caro sampy, é que vc não acredita nas pessoas e no poder que cada um de nós tem. Vc diz que se tivessemos mais filhos, teriamos mais desemprego. Eu digo o contrario, os filhos que vão nascer vão empreender muito e gerar mais postos de trabalho.
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Rb

joserui disse...

Caro RB... não pode haver descontos de 1000, para receber 10.000 no futuro... o grande desequilíbrio da segurança social está a) na gatunagem; b) nas reformas milionárias de quem nunca descontou para isso (a gatunagem); c) noutras reformas que não correspondem a descontos realmente efectuados (a gatunagem); d) má gestão do dinheiro (a gatunagem); e) o aumento da esperança de vida; f) a diminuição do número de filhos... por esta ordem... juro-lhe que não percebo como insiste na questão do número de filhos... é como diz o Sampy, como as coisas estão, nem uma dúzia por casal, incluindo os gays todos... -- JRF

Ricciardi disse...

JRF, para lhe acabar com esses argumentos, dizer-lhe apenas uma coisa:
TODOS os paises ocidentais tem problemas graves com a Seg. Social. Vc argumenta que são todos gatunos, e que praticam todos pensões milionária, mas como deves compreender, apesar de também haver disso, esse não é o probela de base. E se TODOS os paises tem este problema deriva do facto de TODOS eles estarem ENVELHECIDOS.
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Rb

sampy disse...

Mesmo a história do Estado incentivar os nascimentos é uma falácia. Porque seria mais uma fonte de despesa para a Segurança Social; e mesmo que se pense que os gastos serão compensados, a verdade é que os incentivos tenderão sempre a ser inflacionados, numa autêntica bola de neve.

A única solução é voltar ao passado, em que as crianças eram um activo da família, e não um passivo. É preciso voltar a pôr as crianças a trabalhar e a produzir o mais cedo possível. É preciso voltar a dar autoridade aos progenitores para disciplinarem os seus filhos. E o Estado que vá à merda.

joserui disse...

Ok... fiquei praticamente convencido na parte da gatunagem... não no resto: o sistema implementado não é sustentável... e nunca foi... pode ser num país que tenha petróleo tipo a Noruega... mais nada.
Mas para lhe acabar com esses argumentos dos filhos digo-lhe que a população não pode crescer para sempre... é como o resto... aliás deixe-me que lhe diga que esse argumento é muito liberal... eles é que julgam que desde a energia ao planeta, tudo crescerá para sempre... principalmente a economia!... -- JRF

sampy disse...

"E se TODOS os paises tem este problema deriva do facto de TODOS eles estarem ENVELHECIDOS".


É por isso que o futuro da civilização passa pela eutanásia. Temos de convencer os velhos a morrer, de preferência antes mesmo de chegarem à idade de reforma. Os gregos estão a trabalhar bem neste sentido. E por cá também temos uns grupos especializados que se dedicam a espancar e assaltar a velhada, para ver se eles se decidem a abandonar este mundo de vez.

Lionheart disse...

Subsidiar para parir dá origem a que só os dependentes do Estado é que aproveitam essa política e assim a classe mais dependente do Estado está a ficar cada vez maior. Em Inglaterra há gente que tem um rancho de filhos e não precisa de trabalhar, porque o Estado os financia por se terem reproduzido. Quantos mais, mais recebem e assim são gerações seguidas que nunca trabalharam. Isto não é nada. É juntar mais um problema aos que já existem. Para já não falar na crescente estupidificação de parte da população pela falta de cruzamento entre classes sociais. Mas isso agora é um bocado pesado para desenvolver.

muja disse...

No fundo, e o que toda a gente está a querer dizer, é que isto - toda esta encrenca em estamos metidos - advém de uma coisa muito simples:

A destruição total da família.

A família sempre foi a unidade fundamental da sociedade, e era plataforma de lançamento ao mesmo tempo que porto de refúgio, dependendo das necessidades.

A fragmentação da família torna os cidadãos, particularmente os mais pobres, extremamente vulneráveis. A única coisa que lhes pode valer é o Estado - falido e mal intencionado - ou a caridade. Não é por acaso que nas sociedades mais pobres, as famílias tendam a ser mais numerosas, ainda que a quantidade de recursos seja menor. Parece paradoxal, mas não é. Porque, numa família, o total ultrapassa bem a soma das partes.

Sem família, a velhice torna-se um estorvo em vez de uma fonte de sabedoria e experiência. A juventude torna-se carne para canhão, competindo com máquinas naquilo que as máquinas são melhores. São precisas cada vez mais escolas por mais tempo, não para ensinar, mas para ocupar os miúdos. No outro extremo, são precisos mais lares e centros de dia para o mesmo efeito, desta vez para velhos.

A família constitui o sistema de protecção social mais eficiente e eficaz que existe. Não há Estado Social algum que se lhe compare.
Os neo coisos estado-fóbicos fariam melhor em pensar nisto.

Um ideal de apoio e fomento da família é a única coisa que pode resolver este problema.

Ricciardi disse...

É isso Muja. A familia.
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É precisamente aí que queria chegar.
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JRF, a ideia não é a população crescer infinitamente. O que eu digo é que as politicas se devem adequar à realidade de cada momento. Isentar de impostos as familias quando a população está envelhecida, e não o fazer quando a população está mais jovem.
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Sampy, agora percebi a sua ideia. Trabalho infantil e eutanasia para os velhos.
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Vamos ver, a lógica das coisas anda de patas para o ar. Enquanto uma mãe se debate com dificuldades para poder ter um filho e é-lhe exigido que regresse rápidamente, caso contrario fica sem emprego, e muitas nem podem engravidar porque o patrão não gosta, ao mesmo tempo subsidiamos molengões, traficantes, drogados, atraves dos rendimento minimos. Está tudo louco. Essas verbas seriam imensamente melhor aplicadas num salário de mãe... e com resultados obvios para o futuro da nação.
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Rb

sampy disse...

Ó muj, há um pequeno/grande erro no teu argumento: é que as famílias do passado não tinham velhos. O pessoal trabalhava até cair para o lado; e se tinha o azar de ficar acamado, não durava muito.

As famílias do passado funcionavam bem por isso mesmo: não se perdia grande tempo nem com crianças nem com velhos.

sampy disse...

Ó Ricciardi, a teoria é bonita, mas não funciona. Mães assalariadas acabam por gerar inevitavelmente mais molengões, traficantes e drogados, mamões de rendimentos mínimos. O sistema de subsídios é por natureza corruptor, sobretudo numa cultura como a nossa.

sampy disse...

Outra forma de incentivar a eutanásia: facilitar os divórcios. Como é que um tuga reage, em tempo de crise, à ameaça de perder a mulher? Pelos jornais, é possivel reparar que neste mês já estamos com uma óptima média de homicídio-suicídio casamenteiro.

Claro que o tuga, parvo como é, prefere sempre matar a esposa do que os fdp da esquerdalha que adoram bricar às causas fracturantes...

E se soubesse fazer contas, logo via que eutanasiar o Mario Soares já dava para poupar a vida a vinte velhotes; para além do favor que se fazia à nação...

muja disse...

Sampy,

não tinham velhos? Tenho dúvidas. Mas não posso falar de experiência própria.

Haverá aqui quem possa, sem dúvida, confirmar ou desmentir.

De qualquer forma, isso é pouco relevante. Se houvesse velhos, estariam, de qualquer forma, bem melhor no seio da família do que num lar qualquer (geralmente falando, é claro).

sampy disse...

Mais uma forma de eutanasiar: nos IPO's, adiar imperceptivelmente os tratamentos e intervenções cirúrgicas aos cancerosos. Os resultados têm sido francamente animadores...

Vivendi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vivendi disse...

Eu acho que a questão não passa tanto pela idade, mas sim que será necessário cada vez menos gente para trabalhar e anda tudo preocupado com a idade de reforma sem saber o que fazer aos que não arranjam trabalho, principalmente na camada jovem e nos da pré-reforma.

O modelo atual está todo em causa.

Só que ninguém sabe ainda muito bem como resolver.

Eu começaria pelo fim dos bancos centrais, reservas fracionárias e voltaria ao padrão-ouro.

muja disse...

E isso dos subsídios também é uma falsa questão. Basta que um elemento ou dois da família trabalhe para que a necessidade de subsídios seja menor. Porque numa família partilha-se tudo. Há mais flexibilidade.

Agora, quando V. tem mãe para um lado, pai para o outro, têm ambos que trabalhar para comer. Se não puderem, seja porque motivo for, estão lixados. Precisam de subsídio.

E com isto não estou a dizer que o papel da mulher é ficar em casa a cuidar dela e dos filhos. Muito embora seja tarefa para full-time (pelo menos para mim, é. Ou podia ser). Mas que mãe ou pai não quer ficar e passar tempo em casa com os seus filhos?

E é até terapeutica, a família. Grande parte das pessoas que se reforma leva um grande choque na sua vida. Deixar de trabalhar subitamente invoca, muitas vezes, um sentimento de inutilidade mais fatal do que muitos cancros. Ponham-se os velhos a tomar conta dos novos e aqueles deixam de ser um estorvo e passam a sentir-se úteis, e a alegria dos miúdos rejuvenesce-os. Como vantagem adicional, os miúdos podem aprender alguma coisa com quem sabe, em vez de os considerarem uns montes de trapos bafientos e depois irem dar com os cornos exactamente no mesmo sítio da parede onde o avô deu com os dele quarenta anos antes...

Common sense, simple common sense...

sampy disse...

Muj, não há que duvidar. Há quarenta anos, a taxa de sobrevida era bem inferior à actual.

E comparar famílias a lares no passado também é uma falácia. Simplesmente porque não havia ninguém mais do que a família para cuidar de quem chegasse a velho (excepto no caso de estarem verdadeiramente abandonados e haver alguma instituição de caridade para os socorrer). Nem havia recursos para isso.

Essa ideia de que os velhos estariam melhor nas famílias do que nos lares é, ao fim e ao cabo, uma fantasia. Significa apenas que as pessoas não se mentalizam de que podem vir a chegar a velhos e que isso pode implicar mudanças grandes na vida; e que em vez de se prepararem para elas e até as anteciparem, preferem ignorá-las ou diabolizá-las, fazendo da sua velhice um verdadeiro inferno para si próprias e para os que as rodeiam.

É verdade que ainda vai havendo muitos filhos heróis no cuidar dos pais idosos; mas um pai ou uma mãe achar-se no direito de exigir essa heroicidade aos filhos é uma verdadeira sacanice.
E acaba por destruir a sociedade, porque o verdadeiro contrato social é os pais cuidarem dos filhos, para que os filhos cuidem dos seus filhos, e assim por diante; quando os pais cuidam dos filhos para que estes cuidem deles quando chegarem a velhos, temos apenas um circuito fechado, incapaz de gerar nova vida. O sistema implode.

Anónimo disse...

Claro que antigamente existiam velhos, viviam menos em média... E a família é importante... Mas uma família estruturada como a minha, não chega para sustentar a ss... E francamente nem é esse o meu objectivo ao ter filhos... E não chegava uma dúzia deles...
Não se pode receber mais do que o que se descontou... O que se desconta não pode ser para sustentar manguelas... Estas regras são independentes do envelhecimento da população... -- JRF

Fernanda Viegas disse...

Fiquei incomodada ao ler os vossos comentários. A única palavra que me ocorre ao espírito, depois de os digerir é insegurança. De repente tudo se põe em causa.Vale o Ricciardi que é um humanista nato e acredita na infinita capacidade do ser humano para se reinventar. É muita coisa ao mesmo tempo! Como diria um amigo meu, não há cu que aguente.

Cfe disse...

Muito simples.

Qual é motivo apontado por populações de países pobres para ter tantos filhos ?

Ter alguem que cuide deles na velhice.

É cortar as pensões e o pessoal anda já a fazer filhos.

zazie disse...

V.s são tolinhos. O padre ateu sampy quer incentivar a eutanásia e ainda não percebeu que o Estado já descobriu uma maneira muito mais inteligente para ter a retoma das reformas.

V.s andam ceguinhos.

Ainda não perceberam o que é a tutela estatal de velhos e para que serve. No Brasil é assim e é fácil.

Não precisam coisísima nenhuma de incentivar os velhos a morrerem. Porque isso servia para quê?

Servia para perderem, na mesma, os gastos com as reformas, porque os velhos cada vez têm menos vontade de morrer.
E fazem bem.

É mais fácil pegar nas consequências de tanto prolongamento sem trabalho- ficam malucos e a tutela é estatal.

E aí não família para nada. A retoma dos bens é toda para o Estado.

zazie disse...

E isto, em sociedades cada vez mais ateias, sem se incutirem valores morais vai dar coisa linda.

Ou bem que se voltava à "casinha para a reforma". E a família- voltava a ser alargada e a tratar de poupanças bem cedo e a cuidar dos seus- porque o padre manda.

Ou então com o politicamente correcto que já se fez lei, vão ser crianças até aos 18 anos e velhos a partir dos 60, todos filhos do Estado.

zazie disse...

Claro que as famílias do passado tinham velhos.

Nada mudou nesse ponto. Só por anormalidade se ia imaginar famílias com tudo a morrer jovem.

Havia uma família alargada. Os avós tinham muito importância.

E, nos meios mais pobres o colectivo tanto tomava conta dos velhos como dos malucos como sustentava a filharada das mães solteiras.

O que se passa agora é que não existem famílias alargadas- ou existem cada vez menos e, as casal e filhos tendem a ser cada vez menos.

E depois, reformas aos 60 ou 65 anos é um absoluto disparate.

Porque, a grande verdade é que dantes os velhos trabalhavam até perto da morte. E isso não era na idade da reforma actual.

Lionheart disse...

O alargamento da idade da reforma é uma burla que o Estado faz às pessoas. É puramente por razões financeiras, até porque convenhamos que a productividade dos idosos, pelo menos para algumas profissões, não será a melhor. Será que o que se deixa de pagar em reformas não se perde com baixas de productividade? Alguém imagina o que é um professor a trabalhar até aos 67 anos? Ou um pedreiro? Qualquer operário? Brincamos. Nem todas as profissões são "leves". E se levarmos em conta apenas o argumento financeiro, os jovens têm razão se argumentarem não querer assumir as dívidas dos seus país nem financiar-lhes as reformas, pela simples razão que não vão beneficiar do sistema, mas acima de tudo porque não tendo ajudas no futuro, mais necessitam hoje de canalizar os recursos financeiros para a poupança porque terão reformas muito baixas. Eles não terão rede, como têm as gerações mais velhas hoje.

zazie disse...

67 anos?

V. está louco? O José Augusto França vai em que idade e trabalha?

67 anos é o equivalente a 40 e pouco de há 30 ou 40 anos.

zazie disse...

Desculpe lá a pergunta: mas na sua família e na do sampy não existem avós?

Não os conhecem ou já os "suicidaram"?

zazie disse...

Que idade é que julga que tem a Filomena Mónica?

Ou o Medina Carreira, por exemplo. Com cabecinha mais fresca que v.s todos juntos.

É que a cornologia que lhes ensinam é completamente anormal.

São crianças até aos 18 anos. Depois são jovens a viver em casa dos pais até aos 45. E daí a 20 já estão na altura da injecção atrás da orelha.

Portanto, a v. noção de vida adulta activa nem a 20 anos chega.

zazie disse...

Qualquer pedreiro, qualquer operário, qualquer pessoa normal trabalha, nas calmas bem depois dos 80 anos.

Só não trabalha se for doente. De resto, sempre trabalharam.

V.s é que são os filhos da democracia jovem e andam de fraldas na net.

Só pode. Não se entende esta geração abrilista.

Parecem ETs. Nunca viram avós nem conhecem nada do mundo a não ser o da tv e que lhes enfiaram com patranhas na escola.

zazie disse...

Quer um exemplo.

Ore conta lá que idade imagina que têm os bloggers mais inteligentes ou mais frescos.

O Birgolino é mais velho que eu. O Dragão há-de ser da mesma idade; o José do Portadaloja anda aproximada e por aí fora.

Eu não estou é a ver um único exemplo de jovenzinho que lhes chegue aos calcanhares. Nem em frescura, nem em humor, nem em rapidez de raciocínio.

Vai-em desculpar. Só se for o Miguel Madeira, para aí...

zazie disse...

Todos. Acho que são mesmo todos os mais velhos que têm mais frescura mental.

E nunca nessa geração alguém gostava de ser jovenzinho ou tinha a mania que era criança aos 16 ou 17 anos.

Até era coisa que envergonhava. Toda a gente queria era ser adulta.

zazie disse...

O José do Portadaloja tem uma memória impressionante. Acha que devia reformar-se, não tarda nada?

Para ser substituído por algum turco mais "jovem"?

zazie disse...

Bem... parece que cometi uma gaffe em me esquecendo do nosso morgadinho e do Doutor Engenheiro Campónio, que imagino mais novitos.

Ainda assim, o morgadinho da cubata passa a vida a falar da avó com noventa e muitos anos e que ainda manda na biblioteca. No mínimo...

eheheheh

essence disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vivendi disse...

Concordo com a Zazie.

Tem de se respeitar e entender a experiência dos mais velhos. Bastava o país parar para ouvir o Medina Carreira, ler o José da Porta da Loja, entender os princípios que o Pedro Arroja aqui escreve e o país não estaria como está.

Há tempos vi uma reportagem de um senhor dos altos dos seus 90 anos, com uma loja para lá de centenária ainda com um sorriso natural e uma disposição para trabalhar e vender.
Perguntaram-lhe qual seria a capacidade para vencer a crise e ele ainda se encontrava com esperança para enfrentá-la. Creio que era uma loja na Guarda.

zazie disse...

O meu antigo jardineiro trabalhou até aos 87 anos e ainda o ano passado sustentava uma boa parte da família e uma filha menor.

E trabalhava a sério. Não era coisa leve de "aparar relva". Só parou por ter tido uma trombose.

Esta malta nem sabe o que era a vida do campo.

É a consequência do betão. Vieram para as cidades, ficaram com a família reduzida a pai e mãe não sabem nada.

Na escola foram adoptados por aquela trupe toda de mulheres, muitas sem filhos que ainda os tornam mais crianças.

A faculdade também se tornou um prolongamento do jardim escola, com praxes ao longo dos anos.
É a festa. É tudo visto em função de um micro presente com o mundo a ter começado no dia em que nasceram.

Lionheart disse...

Vê-se mesmo que nao estão por dentro da actividade industrial. Na minha experiência, os trabalhadores a partir dos 50 anos nao tem nem de perto nem de longe a dinâmica e o rendimento dos mais novos. Pode-se ganhar alguma coisa em experiência, mas também se perde com os vícios instalados e a falta de ambição de quem já só pensa na reforma. E quanto aos professores, dos que conheço, a perspectiva de terem de aturar adolescentes cada vez mais mal formados (nao confundir com os professores universitários, porque esses são uns "deuses" no "Olimpo") quando já nao tem vigor, deixa-os muito apreensivos. Isto nao e' só facilidades.

zazie disse...

Há-de ser este desconhecimento do mundo que explica a cena a que assisti numa loja de plantas e animais.

Uma jovem senhoreca, aí na casa dos 30 que foi lá reclamar porque a coelha que tinha comprado ainda não falava.

Eu tive que vir para a rua com o ataque de riso.

E ela insistia que bem falava com o animal todos os dias. Mas nada.

Um tipo que lá estava, conseguiu manter-se sério e disse-lhe para continuar a insistir que ia ver que a coelha daí a uns tempos, não só falava, como cantava.

":O)))))))

zazie disse...

Isso dos professores depende do local.

Tenho amigos que não têm o menor problema e aquilo é uma brincadeira pegada para todos.

Estão é cada vez mais novinhos, dado o contágio.

O que pode dizer é que as empresas, com a descentralização das estruturas, tendem a ter cada vez gente mais nova porque depois é usar e deitar fora.

Na banca é assim. Aos 40 anos é velho. Mas não é velho por incapacidade de trabalhar, mas porque já tem demasiada família e falta-lhe a fuçanga do jovenzinho que acabou de sair do doutoramento.

zazie disse...

De acordo em relação aos universitários por cá. Esses têm um estatuto que só em África.

Mas, de resto, não faço a menor ideia de que profissão fala, para haver gente arrumada aos 50 anos.

Intelectualmente, é mentira. Completamente mentira.

Eu posso falar por conhecimento perto. Tenho pessoa próxima que fez segunda licenciatura, mestrado, doutoramento e pós doutoramento e isto terminado já perto dos 60.

E sempre a trabalhar. Pois ele contava-me como na licenciatura tinha colegas com idade para serem filhos dele que tinham esgotamentos e não aguentavam o ritmo e mais não sei quantos.

Eu também cheguei a conhecer muita rapariga nova que não conseguia trabalhar 12 horas por dia para redigir uma tese.

E muito menos passar dias inteiros em bibliotecas. Diziam que ficavam doentes e com os tais "esgotamentos".

Nunca entendi isso. E não trabalhavam- viviam exclusivamente para estudar. Sem mais responsabilidades para nada, a não ser a gasolina no carro.

Ricciardi disse...

Ó Zazie eu também tive uma senhora - a sô dona Rosa - que me ia lá tirar as ervas daninhas. Todo o dia com a enxada na mão. Era velha. Já morreu. Mas era velha, velha, velha. Nem sei que idade tinha.

Ela só funcionava se eu lhe desse uma garrafa de vinho verde. Mamava-a de supetom. O elixir da vida. Comecei a chama-la só da parte de tarde se não bebia duas garrafas e ainda lhe dava qualquer coisa.
.
Ao fim do dia lá vinha ela a devolver o copinho... e a garrafa vazia.
.
Mas, enfim, nem toda a gente consegue esta proeza. Quer-me parecer que a idade aceitavel para o trabalho é até aos 65 anos. Apartir daí a coisa depende da boa sorte dos genes com que se nasceu.
.
Rb

Ricciardi disse...

Mas o que eu mais gostava nela era das estórias que contava enquanto cavava. Adorava aquilo. Ficava com ela horas a fio a ouvi-la. Estórias antigas e intrigas na familia e como se fazia naqueles tempos. E que o padre andava metido com a sô dona Maria que teve de emigrar para esconder a barriga.
.
Enfim, sou, confesso, um amante da bisbilhotice. :) Principalmente das coisas do passado remoto.
.
Rb

zazie disse...

De supeton

ahahahaha

65 anos?

Estás doido. Quando lá chegares até vais ter vergonha de um dia teres dito isso.

É treta. E absoluta treta.

A mim até me faz impressão estas coisas. Na minha família toda a gente trabalhou até morrer. E tendem a morrer todos bem velhos.

E trabalhavam a dirigir, não eram empregados à espera da reforma.

Aliás, essa cena da reforma é coisa imbecil. Se não pensassem nisso a ver se lhes dava a ronha.

Reformavam-se dantes para depois andarem na boa a viajar e a tirarem mais cursos e a fazerem montanhismo e coisas assim.

A quantidade de velhos montanhistas e caminhantes que eu já conheci como artistas.

Era a reforma. A reforma até acho que é coisa excelente nesse sentido. Para depois terem tempo para curtir.

Mas isto nada tem a ver com achar.se que alguém está arrumado aos 65 anos

A minha comadre também se vai reformar porque é obrigada. Mas vai continuar a fazer o mesmo que faz à borla. E o meu compadre, idem- estão novíssimos. Lindos, felizes, frescos e velhos, como v.s chamam

":O)))))

zazie disse...

eheheh

E ela mamava o binho de de sopeton?

ahahahahahahaha

zazie disse...

Olha, uma coisa que me faz muita confusão é ver esses "velhos" como v-s chamam- ao lado dos filhos trintões.

Eles têm o cabelo todo, bem vigoroso. Os filhos, aos 30 estão carecas.

Um fenómeno do caraças.

zazie disse...

As crianças praticamente já nascem com óculos. Depois ficam todos alérgicos a tudo e mais alguma coisa, antes dos 30 e eles ficam carecas também.

Ricciardi disse...

Ainda bem. Olha, a minha mãe, que tem 72 anos deu-lhe para andar na universiade da terceira idade a aprender uma coisa qualquer que lhe interessa. E viaja, organiza coisas com outros velhos. E ensina os netos todos em materias da especialidade dela.
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Mas é isso mesmo que é a reforma. É poder, finalmente, estar livre para fazer coisas que nunca se fez.
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Rb

Vivendi disse...

Já diz o ditado, parar é morrer. Agora a sociedade precisa de uma transformação, procurar novos equilíbrios. Eu conheço bastantes pessoas que ainda dão no duro, principalmente no campo. Escusado dizer que na maior parte dos casos se encontram mais rijos que um da mesma idade citadino.

zazie disse...

Pois. A minha mãe faz agora isso que a tua mas vai nos 94.

E esteve sem trabalhar praticamente desde que casou. Perto dos 80 é que lhe deu para ir trabalhar lá por causa das coisas e de umas heranças.

E trabalhou mesmo dos 70 e muitos até cerca dos 90. E agora toma conta das netas e bisnetos e dá explicações de matemática e línguas àquela malta toda.

zazie disse...

Claro que sim. Uma das maiores porcarias que os citadinos arranjaram foi o vício de só se poderem deslocar de carro, mal terminam a idade da infância- que coincide com a maioridade legal.

zazie disse...

Hoje em dia é mesmo assim- deixa-se de ser criança no dia em que têm carro para ir para a faculdade.

Ricciardi disse...

Ainda ontem estava a dar na televisão uma reportagem sobre as caminhadas nos Acores. Estrangeiros reformados, todos eles.
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O trabalho de uns é o lazer dos outros. A reforma de uns é receira de outros.
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Rb

zazie disse...

Podes crer.

Eu conheci uns sexagenários que até iam fazer caminhadas para a América.

Ficava parva com aquilo. Foi uma geração com sorte...

Ricciardi disse...

Olha, agora a NASA diz que lá para 2040 um meteorito pode muito bem colidir com a terra.
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Pois bem, quando estiver na reforma, ali a preparar-me para, finalmente, subir aos Himalaias de helicopetero, vem-me um calhau celeste e fana-me o resto da vida.
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E eu penso, olha que caraças, anda aqui um gajo a esforçar-se para isto?
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Daí que me ocorreu a ideia de fazer já a subida, a ver se o calhau não me estraga a festa mais tarde.
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É isso e fazer o a Route 66 nos EUA de mota com o meu cunhado. Só adiamos a coisa porque vim para angola, mas a ideia dele até é fazer de mota o percurso que vai desde Cancun no México até Los Angeles nos EUA.
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Se ouvires nas noticias que dois Tugas ficaram ali pelo meio sozinhos, subnutridos ou raptados, já sabes, sou eu e o meu cunhado.
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Ele não percebe nada de mecanica e eu tambem não. De forma que se a coisa avaria vai ser um problema. Haja rede de telemoveis, porque senão vai ser o diabo.
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Rb

Ricciardi disse...

O mais espantoso disto é que eu ainda vou nestas manias dele.

A minha mulher nem comenta (mas já achou bem ir a LA de avião esperar-me), a minha mãe acha que devia ter tininho na cabeça e que tenho filhos para criar. A minha avó não pode saber porque as muletas dela quando apontam inviabilizam qualquer conversa sã. O meu filho, por fim, com seis aninhos, quer ir comigo atrás.
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Rb

zazie disse...

ehehehe Tens esse sonho à Easy Rider?

Que bacano.

sampy disse...

Zazie, tens razão nos casos que apontas; mas a verdade é que eles não interessam para a questão.
Que haja gente activa aos 90 anos, e com capacidades tais que até são pagos para trabalhar, óptimo. Mas o que é certo é que o dinheiro para reformas acabou.

E o problema é: como convencer as novas gerações a trabalhar (coisa a que não estão habituados) por tuta e meia (coisa que continuam a recusar), descontando para as gerações anteriores, sabendo eles que a sua geração já não contará com reformas?

Até pode ser que o esquema de Ponzi venha a ser retomado no futuro, e desta feita, com mais sustentabilidade. Mas haverá pelo menos duas gerações que vão passar as passas do Algarve. E é nessas alturas que as pessoas viram lobos. Pode haver muitas histórias de comovente solidariedade dentro e fora dos campos de concentração nazis; mas isso não invalida o que aconteceu. E que num instante voltará a acontecer.

zazie disse...

Leste a cena da tutela dos velhos?

Sabes o que é isso e como funciona no Brasil.

Eu não sabia até há semana passada.

Fiquei a saber e tenho pensado no assunto.

É daquelas coisas que é difícil desmontar num mundo cada vez mais cheio de injustiças.

Tudo o que se apresenta como "caridade governamental"v soa a mel e, em muitos casos é mesmo necessário.

Mas, é sob esse tom, essa ideologia que o domínio e controle sempre se instaurou.

Eu pensei nisto (informa-te e depois até podemos trocar ideias) e a única resposta que encontro é um mundo onde as bases da tradição e formação moral estão a desaparecer.

E, sem isso, não há sociedade que se aguente. As reformas e o resto, é consequência.

Assim soubessem ainda as pessoas fazer o que se deve fazer e não apenas temer o que a lei pune.

zazie disse...

à semana passada. Foi erro tosco.

zazie disse...

Quanto à visão pessimista global que tu tens, eu também a partilho.

Mas eu sou naturalmente pessimista, nestas coisas.

A globalização e a emergência dos selvagens, sem colonialismo territorial tinha de trazer morte lenta por dívida.

Anónimo disse...

Caro RB, queria fazer a 66 de carro... se mudarem para carro, avisem-me...
Maria, que é que eu disse?... Não humanista?... Se bem, que essa história do humanismo cheira-me a alto equívoco... nunca me acreditei muito em humanismos dos outros... e principalmente dos humanistas... -- JRF

Anónimo disse...

Zazie eu é 43, quase 44... uma miséria... (o RB é o mesmo se já li por aqui algures)... enfim, jovens de outrora... já nasci velho por um lado... por outro a minha mulher diz que sou pior que os filhos... e sou... em muita coisa...
As alergias é da poluição, não há sombra para dúvidas... se for preciso mandar deitar umas árvores abaixo por causa das alergias, está sempre tudo pronto (veja-se a contradição), mas ninguém se lembra de retirar os automóveis... parece que descobriram que o fumo dos diesel é cancerígeno... e eu a pensar há anos que o fumo todo era cancerígeno... -- JRF

sampy disse...

Não estou a par do caso do Brasil. Mas suspeito que o exemplo não possa ser importado, dado que eles não têm (ainda) o mesmo padrão de vida ou o mesmo desiquilíbrio geracional. Ou um Estado de costas quentes à conta do petróleo.

zazie disse...

Pois é. V.s são os quarentinhos bacanos.

Isso da poluição é bem capaz de ser verdade. Porque não encontro outra explicação para tanta alergia.

Não há-de ser evolução das espécies, observada em directo

":O))))
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Sampy- a cena da tutela e curadoria já existe pela Europa. e por cá há micro lei a querer aproximar-se.

Eu apenas tinha lido o José a falar da questão mas apenas em relação à tutoria de jovens abandonados.

E ele até brincava como se estava agora a descobrir a pólvora por lei, quando sempre existiu no passado por meio dos padrinhos.

Mas essa fazia sentido e faz e não tem as manhas de saque que tem a interdição a um adulto que passa a ser tutelado pelo Estado- ele e todos os seus bens.

Topas? O que sai para apoio social, retorna com juros de património sacado.

sampy disse...

Mas agora posso ser eu a interpretar-te mal, Zazie. O caso do Brasil, estás a vê-lo como uma boa solução, ou temes que venha a ser a terrível solução que nos espera?

sampy disse...

Ok, antes de eu perguntar, já tu tinhas esclarecido.

zazie disse...

Não sei. Pelo que li nos regulamentos que já existem nós nessas coisas não mandamos nada.

Basta achar-se que é norma de direitos humanos e não sei quantos e salta directiva da UE e toda a gente vai imitar.

Até porque, se v. ler bem aquilo (e foo o Lula que criou e ele não era parvo) é uma maneira de fazerem grande saque sem haver quem proteste.

É xeque mate por chantagem moral.

zazie disse...

E tenho a certeza que não havia praticamente ninguém com coragem para desmontar.

Fiz pesquisa na net e li umas sinopses de meia dúzia de papers brasileiros onde já se fala do reverso, mas não é nada.

E não será nada porque, por ordem natural das coisas, a tendência é mesmo essa- o abandono e os filhos do Estado- crianças e velhos.

sampy disse...

Mas isso de cuidar dos velhos em troca do património, nem é preciso meter o Estado ao barulho. Em muitas famílias, é assim que a coisa funciona. Ou é na disputa entre filhos, sendo que aquele que cuida do velho ficará com a melhor parte; ou então é o filho cuidador que já se vai apoderando da reforma e das poupanças do velhote. Isto, para não falar das instituições que exigem ou coagem a velhada a deixar tudo ao lar quando morrerem...

Fernanda Viegas disse...

José Rui não percebi nada. Que humanista? Será que hoje em vez de ir à hortinha foi à adegazinha? Espero que seja bom o tintol!

zazie disse...

Precisamente. Era uma questão familiar. E havia moral para a disciplinar.

E passou a haver lei para punir quando há ilegalidade.

Mas, no passado, quando as velhas misericórdias medievais- as do bodo aos pobres, se modernizaram e passaram a preocupar mais com a reza pela alma do morto e pelo seu património, também apareceram as "doações" muitas sacadas à má-fila.

Ora agora o Estado laico inspirou-se literalmente, neste exemplo hediondo do interesse da Igreja. E fazem o mesmo, com a diferença que nem precisam de rezar pela alminha de ninguém- sacam da lei, punem infracções ou bom pragmatismo familiar e tornam-se eles os representantes do velho.

Em vida e depois de morto. Principalmente cuidando em vida que não sobre nada para depois de morto.

sampy disse...

Uma achega:
É que o futuro dos velhos não está ameaçado apenas pelo fim das reformas. Há muito boa gente que está convencida que conseguirá sobreviver a essa perda com base nas poupanças que tem depositadas nos bancos. Poupanças essas que também já não existem; os bancos torraram o dinheiro todo do pessoal. Mal comece a corrida aos bancos, o povinho vai acordar para a mais dura realidade; e então é que vai ser o bom e o bonito.

Anónimo disse...

Maria então não ficou incomodada ao ler os *vossos* comentários?... Que é que eu disse?... Nada... e agora fui promovido a ébrio... por falar nisso vai já um Porto... para aguentar a mágoa... -- JRF

zazie disse...

Pois é.

No outro dia o Medina Carreira alertava para isso e dava o exemplo do passado- "a casinha para a reforma".

Nos tempos que correm, já nem se pode viver sem perceber de política

":O)))))

zazie disse...

Rapaz, tu trocaste os posts

sampy disse...

Oh, morreu o Mubarak. Eutanasiado por árabes primaveris. Entretanto, depois de tanta palhaçada, em que é que estamos? Os militares a reassumirem o poder; e os islamistas a prepararem o contra-golpe. E, claro, os democratas a apanharem os boletins de voto do chão. Ai as ilusões...

Ricciardi disse...

É preciso ter calma e ver que o futuro é aquele que deriva das decisões que se vão tomando em face de cada momento.
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O impacto das despesas sociais no PiB na alemanha é maior do em Portugal. E ainda bem que é. Os reformados alemães podem gozar os seus dias nesse país fantástico que é Portugal.
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O Medina Carreira é um gajo porreiro, mas induz um futuro como se as decisões que se tomam durante o tempo que decorre até chegar lá fosse linear. E não é. A cada constragimento que surje o ser humano reinventa-se e traça novos planos. Sempre foi assim, e sempre será.
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É bom que se discuta. É, aliás, assim que se vai mudando a linearidade matemática do Medina Carreira.
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As coisa serão assim se nada for mudado.
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Ora, se a minha avó tivesse tomates era meu avô.
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Nunca me esqueço dos Lacões (de onde deriva a noção da resposta laconica)... Quando a Grecia era um exercito poderoso, um povo teimava em resistir. Os Lacões, da Lacónia. O rei Grego já farto daqueles gajos envia uma missiva aonde dizia qualquer coisa assim:

- SE voçês não se renderem, SE vcs não depuserem as armas, SE não aceitarem as nossas ordens, Se não se ajoelharem perante o Rei da Grécia, nós iremos violar as vossas mulheres, matar os vossos filhos, tomar à força as vossas casas.
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Passado um dia o Rei da Grecia recebe a resposta dos Lacões, com uma carta (bem laconica) que dizia apenas: SE.
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Rb

zazie disse...

Exemplo maravilhoso que escolheste.

Ricciardi disse...

JRF, então e com um Side-Car, hein?
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Eu recomendo este:

http://members.modernvespa.com/idefendm/uploads/beemer_babes_726.jpg
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Rb

Ricciardi disse...

Vamos lá JRF. Vem aí o meteorito e um gajo não faz a route 66?
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Olha, se levares um Side-Car, no local do passageiro anda se pode transformar aquilo numa horta ambulante. Umas alfaces e tomatinhos olho de boi para a viagem.
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Rb

sampy disse...

Ó Ricciardi, é bom que consideres o futuro em aberto. Mas também estava em aberto quando pusemos o cabrão do Sócrates no poder.
Podemos sempre aprender com os nossos erros; mas também é certo que adoramos repeti-los.

Era óptimo poder desmentir o Medina Carreira. Ele próprio sentiria um enorme alívio em ver-se livre do fardo de Cassandra. Infelizmente, ano após ano, a maldição cumpre-se. Poderá o fado ser mudado? Claro que sim. SE...

zazie disse...

O exemplo do Medina Carreira era simples. Pensar-se em investir num bem em vez de ter apenas como certa a reforma do Estado.

Ele deu o exemplo da "casinha para a Reforma" porque era assim que dantes se fazia.

zazie disse...

O que acontece é que tempos houve em que o mundo mudava devagar e agora muda demasiado depressa.

Fernanda Viegas disse...

Agora fiquei com inveja de vocês. Também fazia a route 66 e de side car então, era um must! Até estou a ver o José Rui, tipo general alemão, com óculos em cima do capacete e a dar ordens a todos; o Ricciardi de máquina apontada às garinas e a convencer os presentes dos encantos de sion; a Zazie, de mochila às costas e mapa em riste, a dar uns cascudos a um imbecil que não sabe o que é uma gárgula; o Vivendi, de megafone, a gritar aos quatro ventos que o padrão ouro é que está a dar;o Mujahedin a explicar ao pessoal os vértices dos vórtices dos buracos negros; o Sampy, a ver se acerta com uma fisga nalgum velhinho que vai na estrada; o Lionheart a dizer que quem tem um coração de leão tem tudo; o Pedro Sá com um granda barreto da internacional socialista e o Lusitânea a bradar aos céus, que era melhor mudar de route, porque aquela era muito "escura". Era uma excursão do caraças!

Anónimo disse...

Ò caro RB... sidecar?... horta ambulante?... estou aqui a reconsiderar se será a companhia ideal para essa road trip...
E não entendo uma coisa... qual é o mal de levar um veículo automóvel? Até podia ser uma banheira americana, tudo bem... mas pelo menos podia dormir lá dentro sem me chover em cima... já não tenho pachorra para sofrer (muito)... -- JRF

Anónimo disse...

Ò Maria... inveja de quê? Ainda nem sequer fomos... e o RB já fala em hortas ambulantes...
Esse bando que descreve seria considerado perigo público e repatriado... e para mim, o alemão foi simpático, mas no general, acertou em cheio... de cinco estrelas... -- JRF

zazie disse...

eheheheh

muja disse...

Rb,

Não quereria dizer:

Tomates coração de boi?

muja disse...

Fernanda,

Era só rir!

Ricciardi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ricciardi disse...

Muja,

Pois coração de boi.

Maria,

É evidente que tinhamos de parar no ZION nacional park, ora vê:

http://www.zionnational-park.com/images/album2/index30.htm

JRF,

Com que então general de cinco estrelas.
Quanto a dormir dentro do carro, caro jrf, epá, a ideia é não levar carro para nem sequer pensar numa coisa dessas. A ideia é parar em hoteis de 5 estrelas para descansar e falar com aquelas gringas do tipo da irmã dos três dukes. Come on girl, ride on.
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Rb