20 maio 2012

uma instituição divina

No seguimento do meu post anterior, o que é que pode levar mesmo pessoas de boa-vontade, às vezes muito informadas e lidas, a possuirem um monumental preconceito em relação à Igreja Católica, por forma a ignorá-la, a desprezá-la, senão mesmo escarnecê-la?

Eu penso que, na maior parte dos casos, certamente nos países de tradição católica,  é uma monumental confusão - a  confusão entre a Igreja e aqueles que a servem. Ora, existe uma grande distinção, que é a seguinte: A Igreja é uma instituição divina, embora seja servida por homens - os padres. A Igreja é uma criação de Cristo ("Tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja"). Os homens que a servem podem cometer pecados e deixar-se corromper, como por vezes sucede. Mas a Igreja não, porque é obra de Deus.

É esta confusão entre a instituição e os homens que em cada momento a servem que é a fonte de todas as incompreensões.

11 comentários:

Vivendi disse...

Erram eles e erramos nós. esta é a condição humana. E nos nossos erros devemos procurar a verdade que só se encontra na sabedoria divina.

Anónimo disse...

A Igreja somos nós, os cristãos. Não são são os padres, ou a instituição ou a hierarquia clerical.

Anónimo disse...

Caro anónimo.

Esta de a Igreja somos nós, presta-se atoda a sorte de abusos, como aqueles grupos género "nós somos Igreja" que vêm defender coisas que a Igreja condena e abomina como a homossexualidade.

Luxor

Anónimo disse...

O mesmo discurso é usado para o estado: o estado é "bom" (divino?) as pessoas que servem é que falham.

Anónimo disse...

Caro Luxor:
Há homossexuais católicos. Também eles são Igreja.

Luís Lavoura disse...

A Igreja é uma criação de Cristo ("Tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja").

Como é que o Pedro Arroja sabe que Jesus disse isto? Considera que as fontes dessa frase - que não são o próprio Jesus - são fiáveis?

Fernanda Viegas disse...

Não sabe, nem ele nem o Papa e nem isso é importante. Uma instituição que perdura ao longo de dois milénios, não precisa provar nada a ninguém. A História está aí a confirmá-lo. Como é que essa instituição atravessa as vicissitudes do tempo e se mantém vigorosa e com poder é que deve ser a questão. Sendo feita por homens e de "inspiração divina" deveria servir-nos de exemplo nas outras instituições que gerem a nossa vida como cidadãos. O Chefe de Estado = Papa(autoridade absoluta, que só responde perante Deus; Governo = Cardeais etc. etc. Quando morre o chefe de estado, o governo elege outro, entre os seus pares. A lógica é essa. Hoje fala-se muito do carreirismo e das juventudes partidárias.É claro que tem que haver carreirismo. Não se vai buscar para cardeal um juíz, um médico, um economista, mas sim um bispo, que já foi padre, que já foi seminarista.

Fernanda Viegas disse...

Enquanto andarmos a discutir o sexo dos anjos, se as fontes são ou não fiáveis, se Deus existe ou não existe, continuaremos à roda, ad eternum, a cheirar o traseiro uns dos outros.

Anónimo disse...

"O Chefe de Estado = Papa(autoridade absoluta, que só responde perante Deus; Governo = Cardeais etc. etc. "
Muito básica esta visão da Igreja.A Igreja nao é um Estado, longe disso, e essa visão é uma subversão completa do cristianismo.O poder da Igreja é o seu lado negro, a sua corrupção.

Fernanda Viegas disse...

A Igreja não é um Estado, mas é uma instituição que pertence e deu origem a um Estado. O Anónimo da 1.53 não estava à espera que se fizesse uma dissertação sobre o assunto, explicando exaustivamente as hierarquias eclesiásticas e afins.
Peço desculpa, mas não entendi o que quis dizer com "subversão completa do cristianismo".Apenas e de uma forma muito básica, como aliás referiu, tentei "extrapolar" a estrutura de uma organização forte e que funciona no tempo, para outras organizações.

Anónimo disse...

Os comentadores dessintonizaram da questão posta pelo sr. Arroja, que é de capital importância cultural, sem deixar de ser profundamente enigmática. -

Qual a razão de ser dessa pretendida "confusão entre a Igreja e aqueles que a servem" ? E por que é que ela se dá noutros países da Europa, onde não se nota o continuado e obstinado anti-clericalismo que há por cá? E isto mesmo quando, por cá, todos sabemos (embora pouco se reconheça)que, se não fosse a obra assistencial da Igreja o estado de colapso social e miséia moral em que estamos seria ainda mais dificilmente suportável ?