17 maio 2012

para acabar com o desemprego

1. Acabar com o salário mínimo
2. Acabar com as indemnizações por despedimento
3. Acabar com os subsídios de férias e de Natal
4. Reduzir as férias para 15 dias por ano

60 comentários:

zazie disse...

15 dias por ano?

E não me diga que ainda está a contar com fins de semana livres e semana de 45 horas.


V., vendo bem, é um comodista ocidentalizado e muito mal habituado

Vivendi disse...

no meu blog defendo:


- baixar os impostos (IRC e libertar totalmente às micro e pequenas empresas)
- cortar na despesa (pensões com limite máximo de valor 1700 € e corte de funcionários públicos »100 mil)
- renegociar as PPPs e as rendas garantidas no mercado energético
- fazer reformas estruturais
- cumprir o memorando da troika
- pedir a reestruturação da dívida à Alemanha em 30%

quanto ao salário mínimo é plausível mas podem ser abordadas outras dinâmicas laborais como o trabalho em part-time.

mas como alguém já falou, agora compete-se contra escravos e enquanto a Europa não abrir a pestana não se vai lá por mais que se invente.

muja disse...

Deixo aqui um texto muito à propos, que era suposto ser uma palestra num evento TED University mas que foi recusado à última hora por ser "demasiado político"...

O autor é Nick Hanauer, um venture capitalist americano.

Zephyrus disse...

Só pode haver direitos sociais quando há riqueza. Os alemães e os nórdicos podem ter Estado Social e mil e um direitos porque têm dinheiro para isso. Por cá ainda não viram que têm de dar um passo atrás. Puseram a carroça à frente dos bois depois do 25 de Abril e os resultados estão à vista.

Zephyrus disse...

Mas isto de tirar o salário mínimo ainda me faz alguma confusão. Os nossos patrões têm alguma tradição de exploração. E se voltarmos àquela de ter gente a trabalhar pela comida, como sucedia num passado não muito distante, enquanto o patrão passeava em carro topo de gama, então não se admirem que os comunistas ganhem popularidade. Por outro lado, numa série de profissões não vejo ninguém a ganhar salário mínimo: empregada de limpeza, trolha, electricista, carpinteiro. Assim como ninguém limpa por menos de 5 à hora, provavelmente ninguém iria para trás de uma caixa de supermercado por menos de 500 euros por mês. Digo eu...

zazie disse...

Faz confusão de início mas é tudo uma questão de hábito.

E convém ter em mente que é assim que se enriquece.

Ora perguntem-lhes se não é:

http://www.youtube.com/watch?v=Xe1a1wHxTyo

Zephyrus disse...

Mais que um problema salarial, temos um problema de preços. As rendas em Portugal estão altíssimas e ainda não baixaram. Lisboa tem rendas mais elevadas que capitais europeias mais ricas. Um T2 no Porto ronda os 600 euros. Nos centros comerciais arrendam-se lojas a 5 mil euros. Na minha vila a renda de uma loja pode chegar aos 1500 euros. Além das rendas, há os preços dos solos, super inflacionados. E da electricidade ou gás. Onde se vê ajustamento é no comércio. Agora vê-se promoções na roupa e no calçado quase todo o ano. Os ginásios e as clínicas também estão a baixar preços. Até os supermercados! Mas há sectores imunes à crise!

muja disse...

Sem querer estar a armar-me muito aos cucos, eu parece-me que há um problema muito mais prosaico do que todas essas considerações económicas.

Vejamos. Para haver emprego, é necessário haver alguma coisa que necessite de ser feita. Por outras palavras, alguém tem de ter necessidade que outrem faça determinada tarefa, seja porque a não pode fazer sozinho, seja porque não sabe. Ora se não sabe, convém que arranje alguém que saiba.

E aqui encontramos um problema gravíssimo: é necessário que haja pessoas que saibam fazer alguma coisa, mas uma coisa que outrem esteja disposto a pagar-lhes para a fazerem. E a verdade é não há assim tantas quanto isso. Quantos carpinteiros, serralheiros, jardineiros, ou outros artífices se vêm por aí a queixarem-se do desemprego? Poucos ou nenhuns. Porque sabem fazer algo de útil, e as pessoas necessitam desse saber.
Agora psicólogos? Sociólogos? (quem diz estas, diz outras, muitas outras) Enfim, são áreas do saber que lá terão a sua utilidade, mas não para a esmagadora maioria das pessoas!
Eu faz-me confusão, e acho que sempre fará, pessoas que acham que, em tirando o curso, um curso, alguém tem de providenciar um emprego adequado às necessidades de suas excelências doutoras. Não lhes ocorre, eventualmente, aprender um outro ofício com que se sustentem até poderem fazer o que querem.

Pode haver todo o emprego do mundo, mas se não houver quem o saiba executar, não serve para nada. E depois, claro, se o empregado é achanatado, como o não há-de ser o ordenado?

muja disse...

E, atenção, ser caixa de supermercado (ou coisa do género) não é um ofício. É um desenrrascanço. Algo que deveria servir para a cachopada fazer uns cobres para ir de férias no Verão, não para pessoas sustentarem famílias...

Zephyrus disse...

Caro mujahedin

faz falta um Marquês de Pombal para pôr em ordem o Superior. Há muita gente dos aparelhos partidários a dar aulas nesses cursos de desemprego garantido.

Por mim apostava em Lisboa, Porto, Coimbra e talvez Braga. No resto apenas cursos técnicos para o mercado de trabalho local. Fica mais barato ter num curso X 200 alunos em Lisboa, e outros 200 no Porto e em Coimbra do que 50 aqui, 70 ali, 100 acolá, etc.

O Superior tal como está é uma ilusão. Disseram que legiões de licenciados trariam o paraíso e os resultados estão à vista. Afinal o paraíso não chegou e o Superior é mais uma teia de capelinhas de professores ligados a máquinas partidárias e grupos de interesse. Sugam o dinheiro aos contribuintes e poderiam ser despedidos que ninguém daria pela sua falta.

Zephyrus disse...

E atenção, não sou pela desvalorização das Humanidades. Acho até que cursos como Filosofia, História, Arqueologia ou Antropologia deveriam ter mais valorização social. Mas seria preferível que tivessem menos vagas e que houvesse apenas 2 ou 3 cursos em todo o país. Apostar na formação de poucos mas bons. Até que os grandes nomes de Portugal nessas áreas surgiram noutros tempos... penso por exemplo em Orlando Ribeiro. Tempos em que não havia massificação e desperdício.

O Superior em muitos casos tornou-se uma espécie de Secundário prolongado. Cheio de power points e gente a memorizar sebentas e diapositivos. Ninguém lê obras de referência nem se forma gente com pensamento crítico. E há muita cunha dentro dos gabinetes, nem sempre se chega a monitor pelo mérito. Bolonha foi uma desgraça mas como somos um bando de provincianos lá fomos atrás do que Bruxelas dita.

Lionheart disse...

Gostava que alguém explicasse como e' que e' possível sustentar a moeda única tal como esta' quando a Espanha e a Italia estão oficiosamente intervencionadas, a França esta' por um fio, e apenas quatro países, três dos quais pequenos Estados, tem a situação financeira minimamente controlada. Os países com capacidade para tentar apoiar os aflitos são uma MINORIA dentro da zona euro. Se fosse o contrario, o problema poderia ser contido, neste momento, em que os frágeis já nao são só a Grécia, Portugal e Irlanda, mas já até a França e a Bélgica, o núcleo duro do euro esta' reduzido a pouco. O pequeno núcleo duro da zona euro, mesmo que liderado pela Alemanha, nao tem capacidade para sustentar o euro. Essa e' que e' essa.

Zephyrus disse...

Então e quem sustenta o dólar?

Zephyrus disse...

Tem razão mujahedin, mas por cá muita «malta» não vê as coisas assim. Acham que um caixa de supermercado deve ter um salário de lorde e emprego garantido para a vida. Nos países protestantes e anglo-saxónicos é um tipo de emprego muito popular entre os estudantes universitários e de liceu. Mas cuido que ninguém queira ser caixa para toda a vida.

muja disse...

Pois, por acaso é interessante a pergunta do Zephyrus. Também gostava de saber.

Eu acho que há pessoas que se estão nas tintas para a maior parte do que se aprende na escola, mas não estariam se fosse para aprender alguma coisa de mais prático. Para que é que toda a gente tem de saber o que é uma derivada? Ensinem-lhe electricidade e se calhar acaba por vir a saber.
Mas o ensino é a cantiga do costume. São papas e bolos. São mestres mas não sabem fazer uma regra de três simples. São licenciados mas não sabem fazer uma conta de dividir. É lógico que a maioria sai basbaque.

E depois os outros é que eram obscurantistas. Porra! Mais obscurantista que isto, só às escuras!

zazie disse...

ò sô Muja: explique lá porque é que ser caixa de supermercado não devia ser emprego mas apenas coisa para desenrascar estudantes nas férias.

Então e se fizer o mesmo sem ser em supermercado, já pode ser emprego que dê para ter família?

Onde fica a diferença?

Zephyrus disse...

Há uns tempos falei com uma caloira de Medicina e ela não sabia o que era o Tibete! E quem era o Dalai Lama!

Zephyrus disse...

*Nem quem era

zazie disse...

Ora tente fazer uma lista da quantidade de caixas que existem em toda a parte.

E depois diga lá onde fica a diferença se fizer o mesmo (e até facturando muito mais e atendendo o quádruplo, num supermercado).

muja disse...

Na verdade, quem trabalha para as grandes superfícies acaba por fazer várias tarefas e funções entre as quais se inclui a de caixa. E podem efectivamente ter uma carreira nessas empresas.

Eu não acho que seja de forma alguma um trabalho indigno. Mas é um trabalho relativamente simples. Tanto o é, que começa a ser feito por máquinas. Onde é que traço a diferença? Eu traço a minha, e cada um deve traçar a sua.

Quem quiser ser caixa para o resto da vida, pois que o faça, e que o possa fazer bem. Agora, o que acho é que as pessoas deviam aprender algo que lhes permitisse ser outra coisa, se quisessem. Mas que permitisse mesmo. Não é cá papéis e canudos.

zazie disse...

Mas ninguém disse que era indigno.

V. tem razão- é mal pago, demasiado mal pago e é igual ou superior ao que muitos outros empregados de balcão fazem a vida inteira.

Onde está a diferença? no trabalhador ou no patrão?

zazie disse...

O que faz uma caixa de museu, de biblioteca, de livraria, de comércio, de função pública?

Faz algo diferente?

muja disse...

Digo eu que é para não haver dúvidas.

É lógico que no patrão. Mas mais uma razão para o Estado, já que ensina, ensinar como deve ser e sobretudo coisas úteis. Em vez de fazer as pessoas andar a perder tempo uma data de anos.

muja disse...

Então e para isso é preciso andar a estudar uma data de anos? Sobretudo se contrariado?

zazie disse...

Que é um trabalho relativamente simples, sabemos. Mas não compensa ser todo por máquina porque o seguro morreu de velho.

Que tem isso a ver com a necessidade de aprendizagem?

Nada de nada. Haverá sempre quem não encontra trabalho por infinitas razões, incluindo infinitos azares na vida.

E nada disso se explica por "opções" e muito menos por "falta de formação".

muja disse...

Mas mais vale encarar os azares da vida na posse de conhecimentos básicos mas úteis, do que apenas com um papel na mão, ou não?

zazie disse...

Sim, com isso concordo. Há quem perca demasiado tempo com a escolaridade obrigatória e quem perca outro tanto com cursos onde se aprende a ser professor.

Na verdade há muita coisa que existe para sustentar os que criaram as patranhas.

E no superior é onde a vigarice é maior.

zazie disse...

Mas v. está enganado se pensa que só quem é mongo é que se safa com esses trabalhos menores.

A questão é outra- por cá vivia meio mundo da função pública.

E viviam para alimentar os que a criaram e com isso negociavam encostos.

O problema é sempre em pirâmide. O erro veio de cima.

zazie disse...

Talvez seja mais frustante

ehehehe

Não sei. Não acredito muito na lógica certinha da vida. Apenas sei que no meio desses azares o que pode contar vem do início- um boa família unida a apoiar.

E mesmo isso é coisa que ninguém escolhe- é a roda da vida.

zazie disse...

Mas existem mundos cá dentro. Há uma disparidade gigantesca de possibilidades e formas de vida para muitos portugueses.

E, tenho ideia que são compartimentos estanques.

Ainda hoje estive na conversa com um biólogo que já viveu da caça sub-aquática e que agora tenta safar-se na vida como call center.

Mesmo nessa merda onde chega a haver clínicas privadas a oferecerem exames médicos a velhinhos para depois lhes inventarem doenças, chegam a ter gente a trabalhar "à experiência"v durante 2 meses!

Claro que a oferta até parece baril- entre os 250 euros a 350 por 3 horas diárias.

No final dos 2 meses, rua e já têm outras cobaias a vender o conto do vigário aos idosos incautos.

muja disse...

Por isso mesmo. Uma família é sem dúvida a melhor coisa que se pode ter. Infelizmente, é cada vez mais um luxo raro, ainda por cima sujeito à roda da vida.

Já os conhecimentos, esses facilmente duram a maior parte do tempo que nós durarmos.

Vivendi disse...

A sociedade ocidental vai ter que optar.

Essa é que é essa.

Este quadro mostra como a economia é mais virtual que real.

http://vivendi-pt.blogspot.com./search?q=quadro+economia

Ricciardi disse...

Joachim, vá por mim, essas medidas tomadas independentemente da REALIDADE não servem para absolutamente NADA.
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Se as substituir todas aquelas medidas por uma redução substancial de impostos direcionados para fins concretos tem um efeito muitissimo maior e motiva por acrescimo uma maior captação de investimento estrangeiro e nacional.
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E só depois de convidar os agentes economicos ao investimento, só depois de estar a crescer economicamente pelos motivos assertivos (e não pela mao de obra barata) é que pincelar com uma ou outra medida que apontou.
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E depois são paragongas de meninos. Acabar com o salario minimo não tem sentido economico. Os próprios liberais (aqueles que não morreram com ideias passadistas) concordam. Houve uma boa discussão no The Economist acerca do assunto e chegou-se à conclusão que, a sua abolição, não tem efeito positivo algum; nada que eu não estivesse farto de dizer.
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O que tem sentido é facilitar em termos fiscais e burocraticos o trabalho pontual, aquele que serve para desenrascar o pessoal ou financiar estudos. Aqueles trabalhinhos do tipo vender café pelas ruas de Nova York, lavar carros, alheiras caseiras etc. Mas se vc exige que quem vender copinhos de café na rua tenha de estar colectado e pagar por conta o que ele não consegue ganhar e ainda por cima descontar 23% para a SS, então limita a iniciativa.
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2. Acabar com as indeminizações ao despedimento. Outra paragonga. Uma palermice descabelada, tomada assim isoloda de tudo, da realidade. As leis devem reflectir o estado social e etário da Sociedade. Se estivessemos a falar de uma sociedade novissima, estaria de acordo. Mas estamos a falar de uma sociedade cujos trabalhadores, muitos deles, se forem despedidos nunca mais encontram trabalho. O que vc está a dizer é que deve ser o ESTADO a suportar com subsidios para que os empresarios possam substituir mao de obra de graça. Isso nem é justo sob ponto de vista humano e social, nem aporta vantagem ao país.
Os restantes pontos, as férias e os subsidios de férias, apenas depende de factores pontuais de cada país. E a sua redução só se justifica para atingir um objectivo pontual. Até porque se todos forem a pensar assim o ALLgarve deixa de ter clientela, ora bolas, Paris deixa de ter freguesia, Roma visitantes, etc.
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Rb

Ricciardi disse...

Vamos ver, os ideologos balizam as suas teorias de acordo com a realidade que conhecem. E talvez tenham razão desse ponto de vista.
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Veja bem, o Japão cresceu exponencialmente em termos industriais. Cresceu e modernizou-se e desenvolveu-se. É um país de primeirissima linha a todos os níveis. Mas sabe, o emprego lá é para a vida. Não há despedimentos. Isto não está certo nem errado. É o que é. E funciona ali, como não funciona acolá. Ora, nos temos a obrigação de adaptar as ideologias à nossa cultura e tradição sob pena de resultarem no efeito contrario. Em Portugal se vc abolir o salario minimo, a primeira coisa que acontece é aquele pessoal de trabalhos menores passar a ganhar menos. Dos 450 euros passam imediatamente para os 300. FIcariamos com a China mais perto, é um facto.
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Rb

Filipe Silva disse...

O exemplo do japão não o é o mais bem conseguido.
Até há pouco tempo pensava o mesmo, mas a realidade demonstra que no japãoo emprego para a vida é para alguns, não todos da sociedade japonesa, existem muitos os apelidados "day workers" que trabalham há jornada e são menosprezados pela sociedade, é normal serem homens idosos a viverem na rua com muito pouco apoio da sociedade.
O que se verifica no japão é que este fenómeno afecta cada vez mais jovens e cada vez mais jovens emigram do japão, para a China, koreia etc. devido há enorme falta de oportunidades no seu país.

Existem inúmeros países que não tem o salário mínimo e nestes é raro que alguém receba este salário (Dinamarca por exemplo)
Mesmo em Espanha, sendo o salário mínimo de 641 é raro receberem tão pouco, uma caixa de supermercado recebem 1000
Numa situação como a que Portugal está a passar, o não haver o salário mínimo poderia levar a uma diminuição do desemprego.
Apesar de não ser este o problema da economia portuguesa

As indemnizações é uma questão moral, depende de como vemos o trabalhador da empresa e a sua importância no crescimento da mesma. Eu sou favorável a que deva ser deixado ao livre arbítrio de cada um, isto é, devia ser possível por acordo das partes definir o montante na formulação do contracto.

Para acabar com o desemprego o que o devia ser feito, é um corte fortissimo da despesa associado com uma redução enorme dos impostos.
Este corte de despesa deveria ser realizado com despedimentos da função pública, encerramento de hospitais, de escolas, universidades, esquadras de polícia, institutos, fundações, organismos do estado, renegociações/extinções de PPP, reduções de pensões (não pagar pensões acima de 3000), acabar com todo e qualquer subsidio do estado a empresas, universidades, pessoas,

O país está falido, e tem de se comportar como tal, é chato? sim muito, vai impactar muito a vida das pessoas? sim, como nunca antes visto
Vai morrer gente devido a isto?
Sim, mas para que num futuro próximo exista um potencial de crescimento é necessário passar por isto.

Esta é parte da solução do problema

Ricciardi disse...

Mas isto tambem se aplica ao sector da saúde.
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Caro Joachim, como é que se pode defender uma saúde pública ou privada se temos bons exemplos pelo mundo fora aonde funciona bem quer uma, quer outra?
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Nos paises escandinavos funciona belissimamente bem a saúde pública. Nos eua funciona não tão bem a saúde privada, mas apesar de tudo ambas tem uma qualidade apreciavel.
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Não pode vir, pois, com uma ideologia mirolha e fixar-se nos bons exemplos, esquecendo os outros. Tire a pala do olho esquerdo e meta-a no olho direito.
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Se o caro Joaquim conseguir provar e convencer os nórdicos porque é que eles hao-de mudar o sistema, sabendo que o sistema gasta metade do dos gringos sem que colham maiores beneficios, se conseguir argumentar em face da realidade, então eu próprio o encaminharei para prémio nobel.
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Rb

Ricciardi disse...

«O exemplo do japão não o é o mais bem conseguido» filipe.
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Caro Filipe. O meu ponto é outro. O Japão industrializou-se e desenvolveu-se enormemente com essas regras do emprego para a vida. O que quer dizer que não essa prrogativa que o impediu de chegar a ser o 2º mais desenvolvido país do mundo.
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O problema que hoje se coloca ao Japão coloca-se a outros vários países. A europa e o eua é um Japão em potencia no sentido de estagnação. Chegaram a um ponto tal de desenvolvimento assente em modelos de crescimento continuo que teria de acabar um dia. Não é possivel crescer continuamente sem que isso não provoque um acrescimo de preço nas materias primas consumidas ou cada vez mais custosas de as obter. A par disso a concorrencia da china e restantes asiaticos vieram quebrar o crescimento daqueles paises. Mas em vez de isto vir a significar a prazo um outro mercado para explorar e vender produtos ocidentais, está a significar uma corrida pelos recursos aumentando ainda mais o seu preço.
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Para contornar isto passou-se a produzir aonde os custos de contexto eram inferiores. O crescimento global do planeta manteve-se em crescimento, mas o ocidente e japão em decrescimento, por razões obvias.
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Este problema vai ser colmatado/adiado devido à descoberta de grandes reservas de Shale Gas na china e nos eua e outros com reservas para, dizem, 200 anos de exploração.
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Confesso que ainda não percebi bem o impacto dessa exploração no ambiente. Mas dizem que a coisa é extremamente suja e contaminadora das aguas subterrneas. Se assim for é a machadada final. Espero que não. Espero que seja um alternativa limpa.
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Resumindo, tendo estes países ocidentais e japão atingido um desenvolvimento enorme, muito acima de qualquer outro, e tendo em linha de conta que os recursos para as industrias serão tendencialmente mais caros, a alternativa para manter o nivel dessas sociedades é voltar aos tempos da subjugação, conquista, escravatura. O japão irá colonizar novamente a china, subjugando novamente aquele povo, e tenderá a investir muito em termos militares para o efeito. A coisa já começou, mas em termos economicos. A china fica assim sempre dependente da boa vontade do ocidente e japao. Se estes resolvessem tirar de lá as fabricas actuais, a china implodia. A alemanha vai ter que se aliar à russia e restantes paises de leste porcausa do gas e petroleo. Os gringos jogam com isto tudo porque mantem o poder supremo militar; e conseguem instigar em cada país aquilo que pretendem, ora criando alianças para derrubar um, ora criando hostilidades para não deixar crescer em demasia outro.
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No fim, sobram sempre 3 povos que se distinguem: Os Gringos (e ingleses), Os Alemães (e russos), e os Japoneses.
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Rb

zazie disse...

Sô muja:

V. ainda não percebeu que o exemplo que deu tem também um preconceito subjacente e é em função dele que há empregos iguais que podem ter pagamentos absolutamente distintos.

Explique-me uma coisa: que estudos e especiais aptidões são precisas para um homem ou uma mulher- normalmente ambos e aos pares, passarem um dia sentados numa cadeira a indicarem onde ficam as fichas de preenchimento de requisições numa biblioteca?

E não me estou a referir aos que depois recebem o duplicado e atribuem lugar.

E muito menos aos que depois recebem os livros. E ainda menos aos que andam à procura deles depois de outros terem enviado as fichas.

E nem sequer a outros que andam a entregá-las no lugar.

Pois bem. Alguma vez na vida v. duvidaria que uma função destas dá para sustentar até 2 famílias, se for preciso?

E alguma vez na vida acharia que se chegou a ela, como as caixas de supermercado, por não terem estudos e não saberem fazer mais nada na vida?

muja disse...

Bom, eu não faço a menor ideia se essa função dá para sustentar uma família ou duas. Confesso que nunca conheci ninguém que a desempenhasse nem nunca tomei conhecimento do respectivo vencimento. Desconfio que as que estão na Biblioteca Geral da UC consigam sustentar pelo menos a sua. Mas não sei, na verdade.

V. deu em me filar e agora não descerra. As ideias que eu queria passar são: o ensino é miserável sobretudo porque o conhecimento básico é muito deficiente. Mais valia ter muito menos anos de escolaridade obrigatória mas mais rigorosos. E também que o ensino secundário é, para muitas pessoas, uma perda de tempo em se lhes tenta ensinar algo que não estão minimamente interessados em saber. Deveria haver outro ramo que ensinasse coisas e ofícios apelativos às mentes e mãos mais prácticas. E até porque, de uma forma geral, há necessidade deles na sociedade.

Apenas isto. Quanto aos caixas, não tenho nada contra isso. Pessoalmente, não seria o tipo de trabalho que me agradaria muito fazer. Se o tivesse que fazer, procuraria aprender outra coisa que me permitisse mudar. Fosse num banco, numa biblioteca ou num supermercado.

Já estou arrependido de ter mencionado o raio das caixas e dos supermercados.

muja disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
zazie disse...

Dá.

E v. nunca diria que era emprego que mais valia ser biscate de férias.

Porque só se consegue com curso e com bons conhecimentos.

E, na generalidade, são função pública.

É assim em Portugal e na Bélgica, por exemplo. Em Inglaterra não é assim- são senhoras reformadas que fazem estes trabalhos praticamente à borla.

zazie disse...

Eu não dei em filar nada.

E acabou aqui a conversa porque v. é que nem percebe e não sabe conversar por ser desconfiado.

zazie disse...

V. não percebeu corno do que eu disse.

E o que eu disse prende-se com o facto dos empregos em Portugal dependerem essencialmente da função pública.

Portanto, tudo o que não é função pública anda à rasca ou fica sujeito ao "usar e deitar fora" em entrando multinacional.

A formação é outra coisa e v.s apenas se referiram aos burrinhos que não dão para mais.

Claro que era preciso voltar aos cursos técnico-profissionais.

E acabar com essas "décadas" de escolaridade obrigatória.

Mas, a partir daí, a verdade é que a competição no mercado de trabalho se faz em função do canudo e não em função do talento e do que cada um até sabe fazer.

E isto por preconceito nosso.

Assim como se faz em função da idade e quem tem mais de 45 anos está quilhado se perde emprego e nem ganhava suficiente para ter amealhado alguma coisa que lhe sirva de alternativa.

Mas não está e tem vida em grande se tiver feito carreira nas jotas, nos partidos e tiver círculo familiar e de conhecimentos bem alargado para a cunha.

zazie disse...

E conte lá porque é que preferia estar a olhar para as moscas o dia inteiro a entregar papelinhos que estão em cima da mesa, se for numa biblioteca e não a passar códigos de barras num supermercado?

Onde está a diferença?

Eu digo-lhe: em relação à função, está no status. Sempre é diferente dizer-se que se trabalha numa biblioteca ou numa livraria do que num supermercado.

Ainda que aquilo que se faz seja tão ou mais estupidificante

muja disse...

Mas não preferia! Eu escrevi que, para mim, não havia diferença!
Acho que não me agradaria, fosse num supermercado ou numa biblioteca, foi isso que escrevi!

"Portanto, tudo o que não é função pública anda à rasca ou fica sujeito ao "usar e deitar fora" em entrando multinacional."

E porquê?

zazie disse...

ok. Tem razão. Li mal.

Eu, se tivesse essa alternativa estivesse à frente preferia a biblioteca desde que do Estado.

Está visto que só os burros preferem a escravatura do risco por conta própria e pago abaixe de cão.

......

Porquê?

Imagine lá porquê?

Porque podem- porque têm montes de lojas em toda a parte, porque não precisam de se preocupar com a vida de ninguém.

Porque foi assim que se tornaram tubarões.

Ou v. pensava que era à custa de quê?

zazie disse...

Ah, e porque dantes ainda tinham ética e nacionalidade e hoje em dia a globalização ajudou a perder ambas e a falta de vergonha na cara também.

zazie disse...

Mas a mim também não me agradaria.

Aliás, cheguei a trabalhar numa galeria de arte e passei-me à conta desse embrutecimento de estar a olhar para as moscas o dia inteiro.

Há trabalhos com muito status que são uma autêntica merda. E acredito que quem os faz nem sabe fazer mais nada.

Se sabia antes, esqueceu com o embrutecimento.

Mas é claro que é como eu digo, as pessoas normais trabalham para as férias, reforma, piscina e tudo como fazem os vagabundos apenas mudando o local onde se sentam ou deitam de papo para o ar.

muja disse...

Mal por mal, antes a biblioteca. Sempre podia ser que desse para ir lendo umas coisas... Agora pinturas, sacode!

Mas deixe lá que trabalhar numa fábrica é bem pior. Eu fi-lo uma vez e durante pouco tempo, porque andava a asnear e quem me sustentava não estava com grande vontade de sustentar inúteis.
Foi remédio santo. Abri a pestana num rápido...

Era uma tarefa simples: Pegar num peça de metal, pô-la numa máquina, colocar-lhe duas coisas de borracha no sítio, pressionar dois botões simultaneamente, e colocar a peça num caixote.
Mas depois de fazer isto o dia todo, sem grandes conversas, chegava a casa completamente embrutecido. Só me apetecia cair para a frente da televisão e ali ficar. Do ponto de vista físico não custava nada, agora mentalmente era arrasador. O que eu dava para ter um walkman ou coisa semelhante enquanto lá estava...

Ainda hoje, que o meu trabalho envolve quase exclusivamente usar a cabeça, é muito raro chegar a esse ponto ao fim do dia.

zazie disse...

O trabalho que referi de entregar senhas que estão em cima de uma secretária não permite ler livro nenhum.

Ficam o dia todo a brincar com jogos de computador.

A galeria era tédio. Gigantesco tédio. Mas aí, sim ainda se podia ler alguma coisa.

zazie disse...

Claro que a galeria era mal paga e a biblioteca do Estado é bem pago mesmo que não tenha a menor utilidade.

É pago pela malta toda.

zazie disse...

Mas v. tem igualzinho ao trabalho de entrega de papéis que qualquer pessoa com dedos é capaz de pegar nos burocratas da UE.

Esses fazem ainda menos. Picam o ponto e jogam jogos de computa o dia todo e golf ao fim-se-semana para dar status.

Ganham fortunas por isto.

zazie disse...

Neste caso tenho mesmo conhecimento directo.

Sei de quem passou da tv para a UE com o cargo de tratar dos arquivos de filmes e vídeos.

Ao fim de 10 anos lá, sendo sempre promovido, gabava-se de NUNCA, nem uma única vez ter pegado num único filme ou feito corno.

Descobriu que o que contava era fingir que se trabalhava, ir às reuniões e botar faladura de mando, jogar golf com os importantes e mais nada.

E contou-me que chegou a ouvir um chefe a dizer a outrem que com ele não se podia dizer nada nem pedir que fizesse nada porque era "intocável".

Isto é realidade.

zazie disse...

Eu chegava a perguntar-lhe se aquela sena surrealista não podia ter um desfecho tramado.

O que aconteceria quando alguém descobrisse que não havia arquivo algum e ele estava lá para deixar apodrecer em vez de cuidar.

E isto durante anos e anos a fio.

E ele dizia que o mais que podia acontecer era ser o chefe responsável e o chefe acima do chefe e por aí fora e, como ele até estava abaixo desses, era preciso cair meia UE visual até ele correr risco de ser recambiado para Portugal

aahahhahahaha

zazie disse...

Já vai em 30 e tal anos a não fazer nada.

Só para sua informação.

Tem propriedades e casas de campo cá e na Bélgica.

Uma vida de "self-made-man" e nem precisou de acabar curso algum.

Na vigarice não há quem passe a perna a um tuga.

zazie disse...

errata: cena (antes que deixe se ser self-made-despotazinha).

muja disse...

Na vigarice não há quem passe a perna a um tuga.

A não ser outro tuga...
Por isso é que há tantos vigarizados!

:D

zazie disse...

ehehe

Mas olhe que há 30 anos este caso ultrapassava-me. Parecia nonsense de tal ordem que eu, de início, pensei que era coisa que duraria uns meses.

Que nada. Dura e continua a durar há décadas.

E cheguei a perguntar com que sentido. Se o sentido era apenas não trabalhar, então também ia perder até o saber e o gosto que o tinha levado para lá.

E o que percebi foi o inverso. Ele, em pouco mais de um mês topou o esquema e o grau zero de pensamento dos burocratas e deu-se conta que se não inventasse um personagem maior, sem fazer corno, não subiria na dita carreira a galope.

Ele limitou-se a apanhar os esquemas do status e do que leva alguém com vida maquinal a achar que outrem tem capacidades para estar a cima.

E é por isso que ele dava show nas reuniões, mandando bitaites (assim como o PA manda) sem que isso servisse para alguma coisa, porque ninguém ia fazer nada com eles.

Mas impressionava. Ultrapassava o comezinho do dia a dia. Era o oposto do pragmatismo e nem falhava nunca porque nunca ninguém ia pôr em prática.

Fora isso apanhou todos os esquemas para passar por "pessoa da sociedade".

Até treinava golfe no corredor de casa.

Ganhava tretas de torneios de golfes, frequentava os leilões mais in e por aí fora. Em pouco tempo passou por ser "alguém".

Um intocável. E nunca se esquecia da importância de ser extremamente pontual a picar o ponto e a nunca faltar a uma reunião, ainda que não fizesse corno no trabalho.

zazie disse...

Claro que a partir do momento em que a carteira ficou bem cheia acima do suposto trabalho que devia fazer, então ficou mesmo intocável.

É elite.

":OP

Anónimo disse...

Joaquim.

15 dias de férias? Não acha que está a ser muito generoso?

Luxor