14 maio 2012

de palmatória

Eu estou convencido que Portugal um dia não muito distante voltará a ser monárquico embora, tal como em relação ao catolicismo, eu não sinta um amor do coração  pela monarquia. É a razão que me diz. Um país profundamente católico como é Portugal é também um país profundamente monárquico, onde o Rei desempenha o papel do Papa. É esta também a tradição portuguesa.

Eu não acredito que D. Duarte tenha algumas hipóteses de vir a ser Rei. Mas o filho mais velho tem.

Acontece, porém,  que os pais já cometeram um erro de palmatória. Puseram o filho, ainda na tenra idade de 12 ou 13 anos, a estudar em Inglaterra, num colégio interno. Se ele não vier de lá um dia protestante e a desprezar a cultura portuguesa e católica, virá certamente a falar mal português, como aconteceu ao pai quando regressou do estrangeiro.

Será que, com este currículo, os pais esperam que ele alguma dia venha a ser Rei de Portugal?

Ainda estão a  tempo de reparar o erro. Repatriem o rapaz e ponham-no a estudar onde ele pertence, que é o Colégio Militar e  a Academia Militar, só depois ele deverá ir fazer um estágio ou uma pós-graduação ao estrangeiro. É no Colégio Militar e na Academia Militar que ele se tornará  par, e ganhará a confiança, daqueles que um dia virá a chefiar - as altas patentes militares.

35 comentários:

Pedro Sá disse...

Acha MESMO que na Europa há lugar para monarquias onde o rei tem um papel na governação? Portugal não é o Liechtenstein!

Filipe Silva disse...

Desejo seriamente que tal nunca venha acontecer.

A religião católica, bem como todas as religiões da era axial, assentam na regra de ouro "faz aos outros o que queres que te façam a ti", o que foi um desenvolvimento muito grande na época do seu aparecimento.

O desenvolvimento desta, religião católica demonstra bem que este tipo de organizações existem para permitir às elites controlar o povo, basta estudar a história da igreja romana para se rapidamente perceber este facto.

Com a evolução dos tempos, a igreja deixou de ter o peso que tinha, mas ainda conserva um peso muito grande em Portugal.
A matriz judaico-cristã é um factores mais limitadores da nossa sociedade, as piores caracteristicas do povo vem deste mesmo condicionalismo.

O sendo o principal condicionalismo o sermos habituados a julgar tudo e todos,

Nada tenho contra a religião católica, agora a esta organização que se chama igreja católica isso é outra história

Lionheart disse...

Puseram-no a estudar num país que tem um sistema de educação de elites que é dos melhores do mundo. Se ficasse em Portugal seria "educado" num sistema que o mimaria e o tornaria num "portuguesinho da silva" (ainda para mais sendo filho de quem é) amante de touradas e guitarradas, para além de estúpido como uma porta, como a maior parte dos monárquicos tradicionalistas.

Como monárquico, prefiro que ele venha estrangeirado mas com mundo e uma cabeça aberta, do que seja entrosado na mediocridade. O último grande Rei de Portugal era um "estrangeirado", mas também era de longe a melhor coisa que o país tinha na altura. Sem o prestígio e os contactos internacionais de D. Carlos, Portugal teria passado por muito pior no final do séc. XIX.

zazie disse...

O Colégio Militar é excelente. É um facto.

Ricciardi disse...

Bem, a vantagem da monarquia é obter-se uma boa probabilidade de se fazer um principe bem preparado para a governação de topo de um país.

Em princicio o principe terá os melhores tutores, que farão dele um ser intelectualmente capaz de perceber a nação em todas as suas dimensões: história, cultura, tradição etc.
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O principe deve ser criado no país que vai governar. Isto não invalida que possa estudar, a espaços, pelo mundo afora. Na inglaterra, na alemanha, na india, em africa. Até devia ser obrigatorio que o gajo lá estivesse uns tempos. Só lhe fazia bem. Mas educação de base terá de ser na pátria lusa.
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Agora, a grande vantagem da monarquia, que é a formação de topo do principe, é também um desvanatagem; quer dizer o que fazer com um principe meio marado? marado no sentido de, meio coiso, irresponsavel, irrascivel, temperamental, etc.
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As cortes parece que tem um poder especial e que podem destituir o principe herdeiro por outro.

No entanto, eu não gosto de Cortes, aquelas dos moldes tradicionais. Mas se as cortes (elites) forem pessoas que derivam do povo, aqueles que se distinguem pelo mérito e pelo exemplo individual, então estou de acordo.
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Rb

zazie disse...

Nas cortes estavam representados todos os extractos do povo.

Ricciardi disse...

... e então o rei seria coadjuvado pelas cortes que brotam de pessoas ilustres do povo. E seriam estas cortes que avaliavam os méritos dos governos, que por sua vez informavam o rei e este decidia em conformidade.
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Ps. é melhor parar que daqui a pouco escrevo a constituição da monarquia portuguesa do sex XXI e com a vontadinha que eu tenho para chegar a roupa ao pêlo aos republicanos que nos puseram na miseria em que estamos, ainda acrescento um artigo constitucional descritivo da forma de atar um penedo nos pés de quem traiu a patria, e atira-los para o fundo do mar. Um penedo ou uma mó no pescoço, que é a receita Biblica de Cristo para resolver o assunto com os pedófilos.
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Rb

Vivendi disse...

Não considero a ideia viável.

Motivos:

Salazar dispensou a monarquia apesar de ser um admirador.

o povo português gosta de pensar que é tendencialmente de esquerda.

só era possível acontecer tal se houvesse uma "moda" monárquica muito forte pela Europa.

dragão disse...

Sem querer estragar a bondade do seu prognóstico, com o qual, em parte até concordo e comungo,(especialmente na imbecilidade que é pôr o príncipe a estudar em Inglaterra) não é nas monarquias católicas que o rei desempenha o papel do Papa: é na igreja anglicana, desde Henrique VIII.
Corrija lá essa cacofonia grosseira, que o resto do postal até soa bem.

Ricciardi disse...

Não senhora, mas que é isso, ora que caraças, então o rapaz-principe tem de arranjar uma virgem além reino. De preferencia uma princesa a ver se ajunta reinos. Portanto a faculdadezinha tem de ser feita nos estrangeiros; se querem a minha opinião o principe devia estudar na noruega (ca lindas louras de olhos verdes, valha-me deus) ou na italia (que charmosas morenas de olhos azuis caraças). É que um tipo comum, a plebe, portanto, voçês todos, vão ter ver a princesa toda a vida e não era nada agradavel o nosso rapazinho arranjar uma Maria Almerinda com buço ali da zona de freixo de espada à cinta.
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Rb

Ricciardi disse...

... e depois, metia-se o rapaz naquelas universidades supimpas junto com os outros principes e princesas. Os das arabias, os das africas, os do sol nascente ao poente. Ficavam amigos e a conhecer-se bem. Eu pessoalmente, se fosse prinicipe, ia para as arabias tirar uma especialização, que os colegas de lá parece que tem harens e tudo.
.
Rb

lusitânea disse...

Somos um país pequeno e onde tradicionalmente vingam os chicos espertos e os compadrios.Um regime monárquico em pouco tempo asfixiaria tudo.Voltem lá ao modus operandi do Salazar.Ele é que sabia.Um almirante ou general a PR.Obrigatoriamente.Será a força de contenção do desvario,do internacionalismo, da corrupção pois que chegará lá sem dependências ou interesses e tendo o treino necessário para avaliar do "interesse nacional" ou seja do bem comum.

Anónimo disse...

Monti, sorry pela extensão:

Militares e civis - essência e coincidência.
Na tarde de 10 de Abril de 1997, um dos meus três grandes amigos civis
dizia, numa cerimónia pública - "As sociedades distinguem os militares, não
por razões de deferência temerosa, mas como forma de reconhecimento à
diferenciada função em que se empenham, de forma comummente disciplinada e
previsível. Esta opção de vida por um serviço colectivo é valorizada por
uns, inutilizada por outros, mas ninguém fica indiferente à realidade
factual que ela encerra e que, no mais recôndito, alude ao conceito de
nacionalidade, âmbito de particular relevância na vida dos homens de todos
os tempos. Sendo certo que a Nação tem o problema intrínseco da sua defesa,
esteja ou não organizada politicamente em Estado-Nação, os militares são a
certeza formal da sua possibilidade, e as sociedades sempre aceitaram essa
especialização dos civis, como forma de garantir a própria organização e
eficácia de um sentir colectivo"..........."Aceita-se que se faça a
distinção entre militares e civis, talvez melhor entre paisanos e militares
porque estes não aparecem desfalcados de cidadania......".
Revisito periodicamente a brilhante comunicação então feita, e interrogo-me,
cada vez com mais dúvidas, sobre os fossos que cada vez mais cavam em nosso
redor, à maioria dos portugueses, militares incluídos.
Lembro-me de ele dizer - ....."e esta verdade chega até aos que gostam mais
de ouvir do que compreender".
Temo que nos últimos anos já nem ouçam, quanto mais tentarem compreender.
Até quando?
António Cabral, CAlm (Ref), 10 Maio 2012

marina disse...

ou volta a ter rei ou se muda a organização político territorial de modo a que as unidades de poder não tenham mais habitantes que a Islândia..
de todos modos é indiferente onde o futuro 1º rei de Portugal estude , será sempre um mau rei porque não cresceu sabendo que vai ser rei. esperemos que tenha é sensatez suficiente para por o seu herdeiro no colégio militar , ou nos Jesuítas , ou nos Maristas ( os meus preferidos).

muja disse...

Mas alguém é capaz de me explicar o que é que se ganha em pôr um rei?

A não ser que tenha poderes ditatoriais. Mas aí, qual é a diferença entre ter um rei ou outra coisa qualquer?

Não vejo que isso resolva alguma coisa, e penso que terá sido por isso que o Salazar não pôs cá rei nenhum. Demais a mais, também não vejo que faça grande diferença o sítio onde estude. Mas a verdade é que se se quer que o rei seja um bom rei, então convém que conheça o país e as gentes que vai governar. Talvez fosse mais fácil então, para esse efeito, pô-lo a estudar cá.

E depois, a verdade é que é bastante questionável toda essa questão de poder por hereditariedade. Para quem acredita em Deus e tal, pois está muito bem que achem que alguém seja responsável perante o divino juíz. Mas para quem não acredita, torna-se um bocado estranho...

De qualquer forma, mais uma vez pergunto: o que poderia fazer um rei a esta corja reles que outro homem não possa fazer?

Fernanda Viegas disse...

O Prof. Arroja propõe um rei com poderes absolutos Mujahedin, ou então pode colocar no trono um palhaço qualquer e arranjar um testa de ferro(1º ministro, tipo Marquês de Pombal). Pelo andar da carruagem, só se importar algum ou desenterrar o Afonso Henriques e começar tudo de novo. Mas respondendo à sua pergunta: nada, rigorosamente nada.

muja disse...

Bom, a questão então parece ser apenas o título que se dá ao ditador. Mas o verdadeiro problema está em escolhê-lo. É que me parece que tivemos bastante sorte da última vez. Não sei se se repetiria... E em se repetindo quanto tempo duraria desta vez até it tudo por água-abaixo outra vez...

zazie disse...

E o sentido simbólico, histórico, nacionalista e extra-partidário, não lhes diz nada?

Não diz porque são filhos de Abril. Nem sabem o que isso é e têm sempre de associar monarquia a regimes de opressão, quando os mais opressivos sempre foram republicanos e laicos.

zazie disse...

Assim tivéssemos monarquia e tínhamos tido transição pacífica, sem rupturas descabeladas, para a democracia, assim como teve Espanha.

Certo e sabido. Um rei é o melhor elemento de coesão de um povo. E toda a malta que gosta muito de reizinhos partidários para parecerem igualitários, é a mesma que tem como ideal os países nórdicos e monarquias da Europa.

zazie disse...

Os países começaram com reis ou imperadores. Não começaram com tipos eleitos por partidos a fingir que são outra coisa.

Ora um país que perdeu as suas raízes há-de tê-las perdido quando o jacobinismo lá implantou a trampa republicana e laica.

zazie disse...

Quanto ao resto nem defendo absolutismos.

Mas percebo a ideia, à Fernando Pessoa-

«Manda a vontade, que me ata ao leme, De El-Rei D. João Segundo!»

Tentem traduzir este ideal por casas de Buliqueime contra Nafarros.

zazie disse...

Boliqueime (ou isso)

muja disse...

Sim zazie, os países foram constituídos por líderes. Até aí, de acordo.

Agora, porque é que os líderes têm que ser escolhidos por hereditariedade é que não compreendo. Compreendo que possam. Não compreendo que tenham.

E, convenhamos, há um poder que se sobrepõe a tudo mais - a força. Bem se sabe o quão rapidamente a hereditariedade dá lugar à força, quando esta se impõe. Daí o ter reservas quando a zazie diz que se houvesse um rei, teríamos uma transição pacífica.

O que lhe garante que seria assim? Melhor, o que é que, sequer, lhe indica isso?
Um rei tem tanto mais poder quanto mais o povo o apoiar. Seria o hipotético rei capaz de reunir o apoio do povo nessa altura?
Não seria a propaganda dos agentes subversivos da altura tão eficaz a denegrir o rei como o foi em relação ao regime e aos seus líderes?

Não sei as respostas a estas perguntas, mas tenho dúvidas que fosse assim trigo limpo, farinha amparo. Compreendo o sentido simbólico, nacionalista e extra-partidário. Perfeitamente. Mas há quem não compreenda. Há quem ache muito melhor ter uma "selecção" nacional de jogadores de futebol como símbolo de uma nação do que um rei que só o é por mero acaso. E até certo ponto, torna-se difícil argumentar contra isso. Porque um rei é-o, sobretudo, por mero acaso.

Fala-se aqui muito no Papa. Ora aí está um exemplo de que a hereditariedade não é essencial.

zazie disse...

Em alternativa ao perigo da hereditariedade (que mais não é que uma preparação desde o berço para o cargo em função da protecção ao povo a que se pertence, v. tem o quê?

Eu digo-lhe: tem castas por endogamia que v. julga que elege e escolhe e não escolhe absolutamente nada porque é tudo famelga.

zazie disse...

Por acaso é um presidente. E nem é totalmente por acaso- é por carreira politico-partidária.

Um presidente está sempre a tratar da vidinha ou do clube do partido a que pertence.

Essa treta de se fazer de um presidente um reizinho eleito é a maior mentira que deve derivar das claques da bola.

zazie disse...

Mas o jacobinismo criou esta mentalidade e aprendem isto na escola.

Depois gostam muito dos países nórdicos e assim. Deve ser por serem repúblicas...

zazie disse...

De qualquer modo não sou monárquica ( o que quer que isso seja). Mas sei que sou anti jacobina.

E, no caso específico de Portugal, sou particularmente anti-republicana.

Os piores males derivam do carbúnculo e das choças e essas instauraram-se com a República e ainda hoje fazem merda.

Só estiveram controlados durante a ditadura e o Salazar não precisava de um rei porque preencheu ele esse papel (até certo ponto).

Como não era rei nem havia monarquia tivemos o 25 de Abril.

Os espanhóis não precisaram disso. O rei fez a transição pacífica sem destruição do que havia de bom.

E os espanhóis passaram-nos à frente por esse motivo.

zazie disse...

Toda a gente gosta muito de gozar com os chavões monárquicos mas esquecem-se das mistificações republicanas que são mil vezes mais caricatas.

e pior que isso- transmitem-se como se fosse valores.

Sempre que oiço um palonço ou palonça a dizer que é "republicano e laico" dá-me vontade de lhe enfiar uma saca de batatas pela cabeça abaixo.

ehehe

zazie disse...

Mas caricato é ouvir aqueles vígaros de primos das choças, de boca cheia com a famosa "ética republicana".

muja disse...

Mas quem disse que tem que ser eleito?

Por acaso até acho que seja um bom sistema, elegerem-se os líderes. Em última análise os reis também o são. Porque se não gostarem deles, correm com eles ou pior.

E esse argumento da preparação desde o berço faz sentido. Mas e se o preparando não quiser? E se for tolo, ou pior, se for cabrão? Que é que se faz? Muda-se. Pronto, e voltamos ao mesmo problema. É necessário ir arranjar outro. Vai-se ao irmão, ao tio, etc? Esses já não tiveram preparação de berço...

Tem tudo que ver com valores, do meu ponto de vista. Em os não havendo, faz pouca diferença o método que se tem para escolher quem manda. Agora concordar que toda a gente possa eleger ou ser eleita, não concordo. Acho que para se poder escolher tem que se contribuir primeiro. Tem que se provar que se merece ser ouvido.

Eu não tive a mesma escola que a zazie, mas não faz mal porque também não aprendi lá muito. Sempre gostei mais de trilhar o meu próprio caminho, e aprendi muitas coisas que se não aprendem na escola e tenciono aprender muitas mais! Algumas delas, quiçá, nem a zazie as saberá. :)
Infelizmente, a maior parte dessas coisas que fui aprendendo são pouco animadoras e não me dão grande esperança para o futuro...

muja disse...

De qualquer forma, não tenho ilusões nenhumas acerca dos republicanos e da sua "ética". É como os democratas e a sua "liberdade"...

zazie disse...

"Quem diz que tem que ser eleito"?

Então v. quer sistema republicano hereditário ou prefere ditadura militar?


ahahahahahaha

E depois o problema é a luta de classes e os reis parecerem elite.

Se for por golpe de estado e ditadura militar republicana e laica, nada a opor

":O)))))))

zazie disse...

A democracia deve implicar liberdade. Se é deturpada é outra coisa.


Eu não consigo encontrar melhor regime que esse da dita democracia.

Agora cenas republicanas e ainda por cima totalitárias é que dispenso já.

A monarquia não é governo- e o facto de ser transmitida por sangue nada tem a ver com totalitarismos.

É uma coesão que até tende a criar laços por casamento. Os habsburgos diziam isso- enquanto os outros faziam a guerra eles casavam.

muja disse...

Eu prefiro o que for melhor. Simples.

Não me faz diferença se é rei ou presidente ou führer.
Interessa-me que aja, sobretudo, no interesse do povo pelo qual é responsável.

Mas confesso que agora fiquei confuso. Então se a monarquia não é governo, e se não vê melhor regime que a democracia, que poder acha, se algum, que deve ter um rei nessas condições?

zazie disse...

Simbólico

":OP

De coesão nacional- histórico, de raízes dessa Nação.

(é isso que imbecilmente dizem que faz um presidente. O que é uma anedota).