05 maio 2012

aborto legislativo

A ilegalização das vendas com prejuízo é repugnante. Viola a livre iniciativa, o mercado e a concorrência, prejudicando, em última instância, os consumidores.
Alguém quer participar numa petição à AR para eliminar este aborto legislativo?

26 comentários:

joserui disse...

Eu assino...
Se um comerciante tiver monos, ou seja prejuízo, que queira despachar a perda (minorar os prejuízos, criar espaço para artigo vendável) não pode? E se um dia resolver que quer dar coisas aos clientes? Não pode? A loja é dele ou do estado? O estado gatuno, além de roubar, também quer gerir... e tão bem que ele gere... -- JRF

zazie disse...

De acordo. Também assino.

email disse...

Em desacordo. Não assino.

1) JRF, a lei JÁ prevê todos esses casos que referiu. Monos, quebras, prazos de validade etc. Liquidações por insuficiencia economica, estado de necessidade etc.

Ahhh e podes doar o stock... pagas IVA na mesma sobre o custo da mercadoria, mas podes doar, se e só se essas 'doações' não se tornem suspeitas de lavagens para a concorrencia.

Não é preciso, pois, desinventar o que está inventado há muito tempo.

É portanto uma petição sem qualquer sentido racional, excepto se, na formação dos preços de venda:

- houver pretensões monopolistas do comerciante prejudicando o mercado concorrencial ( práticas que são proibidas em todos os paises do mundo, mormente nos paises mais liberais que levam isto mesmo a sério - vg IBM, Microsft etc, ao contrario dos nossos amados liberais portugueses)

OBS. Esta debandada de centenas de milhares de imóveis em stock penhorados pela banca e fisco e levadas a leilão a preços de financiamento ou divida (e não de mercado) está a preverter o mercado imobiliario e é um problema do caraças para os constructores.

PS. Aconselho o Joachim a fazer passar um petição dessas nos EUA ou na UK ou em qualquer outro país civilizado. Em Angola pode fazer que ninguém liga.


Rb

email disse...

Mas oiça, não acha que, petições, e obstaculos a uma sã concorrencia, são coisas esquerdistas?

Hummm

Rb

Anónimo disse...

Não seria melhor começar a matar uns quantos?

lusitânea disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lusitânea disse...

Pessoal querem o meu prejuízo ou quê?Deixem-nos legislar(bem claro) que ainda acabo por vender as minhas acções com lucro...

Anónimo disse...

Esta lei devia era ser aplicada ao Estado, isso sim...

zazie disse...

Por acaso é uma grande verdade. A quantidade de dumping que o Estado pratica e a ASAE não o processa.

joserui disse...

Caro RB, no caso português vai-se lascar mais uma lei porque há esse perigo onde? Será nas telecomunicações? Na tv? Nos combustíveis? Falsa concorrência e cartel existe em muito lado, designadamente em actividades que costumavam ser do estado... Na distribuição, posso andar ceguinho, mas parece do pouco onde há concorrência saudável... Estou certo, ou estou errado? -- JRF

email disse...

Certo JRF, compreendo essa vertente. No entanto, Portugal padece de um mal muito grande em toda a economia empresarial, seja do estado seja privado. Monopólios (e oligopolios). Nas energias, nas telecomunicoes etc, e nas grandes superficies tambem. A banca até foi o sector privatizado que teve racionaliadade, no sentido em que não se privatizaram monopolios. Repara que DUAS grandes superficies têm uma quota de 90% do mercado. Quer dizer isso obriga a que os consumidores não tenham alternativas e sejam obrigados a comprar a alguém que pode tranquilamente gerar margens de 80%. Por outro lado os fornecedores ou produtores não têm alternativas, ou aceitam ou não vendem. É uma posição desiquilibrada provacada pelo oligopolismo reinante.
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Na America a este tipo de empresas os tribunais partem-nas em várias (vg. casos IBM, Mocrosoft, etc) e obrigam a que haja concorrencia.
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Por aqui o Monopolismo vai minando tudo em seu redor aglutinando as margens da cadeia de cada produto, de forma que os produtores desaparecem.
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A culpa também é dos produtores que não se aperceberam desta concentração excessiva na Distribuição e não criaram elas próprias alternativas em canais de venda próprios, mas a verdade é que as grandes superficies vendem localmente mas compram na aldeia global e têm por isso sempre alternativas em qualquer produto.
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A grande superficies são, aliás, os maiores importadores do país.
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Agora, vê bem, o tecido empresarial de produtores alimentares e agro-alimentares em Portugal é constituido por pequenas empresas. Familiares. Que não conseguem economias de escala para competir com outros paises. A não ser que se motive a criação de cooperativas comerciais de produtores. Seria uma forma interessante de combater o problema. Mas isso nunca irá partir de milhentos pequenos empresarios; tem de partir do governo, para dar o impulso e a ideia e a motivação.
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Quer dizer, JRF percebo a tua ideia acerca da fartura de leis e tal, mas o problema, tal como colocam os liberiais não está certo para um país como Portugal.
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Rb

Anónimo disse...

Parecem estar na idade do pedra do capitalismo. Nos Estados Unidos, por exemplo, já há mais de cem anos que existem leis destas, precisamente para salvaguardar a concorrência e, em consequência, o consumidor.

joserui disse...

Caro RB, eu quando era pequeno jogava um jogo muito cativante, viciante até, chamado Monopólio... aprendi muito... pode ter a certeza de uma coisa: o capitalismo tende sempre para o Monopólio, é um defeito que tem. Podem partir empresas e o que quiserem, no fim, é tudo dos mesmos dois ou três.
Em áreas diversas, lembra-se do primeiro, do segundo talvez e é tudo. O resto é para manter aparência de concorrência. Uma vezes é leal, outras — a maior parte—, é da natureza humana, é desleal.
Sendo Portugal o que é, uma cueca onde toda a gente se conhece e onde meia dúzia dominam há décadas, a concorrência é o que é. Com mais essa lei acabada de lascar, vai ser diferente... estou farto de leis. O estado que comece por ser pessoa de bem, ou deixe as pessoas em paz e que desapareça. -- JRF

joserui disse...

Nos EUA podem fazer as leis que quiserem, o resultado é o mesmo: um, dois ou três dominam totalmente o mercado.
A Apple, empresa que admiro, sou utilizador e sigo há mais de 20 anos, vai a caminho de valer 1000 milhões... facturou 128MM recentemente, mais que o PIB de dezenas de países... parece que o povo quer iPhones, iPads e iMacs... vai fazer leis à medida? Vai dividir a empresa em várias para fazer de conta que é pequena? Não há solução para isto... só se for o socialismo... é tudo nosso... passa a cooperativa Apple... -- JRF

zazie disse...

O Doutor Engenheiro Campónio filosofou e filosofou bem.

":O)))

email disse...

JRF, a IBM foi partida por decisão judicial... e espante-se surgiu a Microsoft... e depois disso a Internet Explorer deu origem a outros concorrentes; enfim são tantos os casos que basta pesquisar na net. mas todos eles partem de uma acção judicial que tem por base a antiga lei antitrust.

Um Ipad ou Iphone não se parte, a não ser que o estatele contra a parede. Partem-se empresas que abusam de posição dominante, quer limitando a entrada da concorrencia (i.e., firefox etc), quer praticando preços decorrentes dessa posição.

O jogo Monopolio é um bom exemplo de como o capitalismo gera com o tempo concentração. E se assim é, mais um motivo para existirem leis que reponham o equilibrio e, finalmente, os interesses dos consumidores.

Mas, enfim, este é um assunto tão pacifico, que só mesmo em Portugal é que ainda se discute isto.

Rb

zazie disse...

Eu concordo que se evitem monopólios. Agora no caso deste folclore do dia 1 é excesso de zelo completamente possidónio.

zazie disse...

É que a única justificação que podem arranjar para se lembrarem agora de fazer uma lei é o sentido simbólico do desfile da CGTP.

Isto é de loucos. Absolutamente. Como se 50% de saldos não tivessem sido praticados por muitos outros, no mesmo dia e ao longo do ano e especialmente no Natal.

zazie disse...

A lógica é a comuna- "desviaram as massas da luta".

Uma anormalidade pegada. E têm medo que desviem mais.

Pois eu até pensei que isso fosse verdade, então era uma arma completamente rabelaisiana.

Sempre que houver ameaça de distúrbios sociais, ou até de golpe de Estado, basta os supermercados ou hipermercado fazerem saldos em vez de chamarem a polícia de choque ou haver feridos em contra-golpe.

zazie disse...

E os fornecedores do talho até podiam aproveitar e iam à boleia com letreiros das chocas deles.

Tudo pacificado e de papo cheio.

Anónimo disse...

Querer defender a concorrência e ao mesmo tempo tolerar os monopólios, só mesmo da cabeça de alguns, como o josé rui. É espantoso. Ou talvez nem seja. Somos um país muito novo nestas coisas e ainda há uma grande falta de cultura económica. Obviamente, por isso mesmo, qualquer medida governamental que por cá se tente nesse sentido ((com cem anos de atraso, hehehe), merece criticas porque (nó se riam), porque se acha que se está prejudicar os consumidores.

joserui disse...

Onde diz que a IBM foi partida caro RB? Só um maluco partia a empresa que ainda hoje (se não me engano) é a que regista mais patentes por ano... só um governo de tolinhos e atrasadinhos, como os desgovernos portugueses desde o 25A.
O estado tentou sem sucesso um processo de antitrust, 13 anos acabando por o considerar "sem mérito". A empresa separou o hardware do resto, mas não deixou de ser IBM. Daí não surgiu Microsoft nenhuma, isso é pacífico...
Mas agora estou confuso... estamos a falar de leis anti-monopólio ou de vender abaixo do preço de custo? Agora que penso nisso, já não há lei a proibir a venda abaixo do preço de custo? E a ASAE não anda para aí a varejar de volta do Pingo Doce? -- JRF

joserui disse...

Ò anónimo, eu não tolero nem deixo de tolerar... o que digo é que não há solução no sistema capitalista...
O anónimo vai ao supermercado, vê um corredor cheio de sabão macaco e pensa:
-- ena pá que bom haver concorrência... vou levar sabão macaco azul para me lavar debaixo dos braços e é super mais barato que o cor de rosa... a concorrência é bestial e eu também!
É uma pena de facto que aquele corredor seja todo do mesmo... na melhor das hipóteses de dois... ou se calhar de dois que são de um terceiro mais as suas subsidiarias e outros "veículos" económicos... É preciso falar com a Cristas para ela lascar a lei do sabão macaco... -- JRF

CCz disse...

O gozo que deve ter dado ao Joaquim a escrita deste postal...

zazie disse...

ehehe Pode crer.

Fernanda Viegas disse...

Ando um pouco desfasada nos comentários, mas gostaria de deixar a minha opinião sobre o caso "Pingo Doce! Do ponto de vista de marketing achei excelente. Pontos fortes: O Timing - 1º dia do mês, feriado e dia do trabalhador; Inversão de Imagem - empresa ficou mal vista e sofreu boicotes, por ter mudado a sede para a Holanda; Aumento generalizado das vendas com custo nulo de publicidade. Pontos fracos: quem gerou a ideia, não ter tido a coragem de afirmá-la como estratégia de marketing. O que eu proporia ao Pingo Doce era que em vez de uma ação estratégica isolada, fizesse um planeamento estratégico com especial incidência nas datas festivas.