De certeza que não conhece. Mas olhe que eu conheço mto bem e disse à ministra quem é a clientela do LIDL; a sô dona joaquina por exemplo, que nunca deixou de (des)fazer o buço, é uma caso paradigmatico. . Outrora era senhora da sua mercearia, e eu até lhe vendia os meus tomatinhos coração e boi e os cherry; ao caixote ou ao peso, às vezes pesavasse com o olho, conforme, sem factura mas com um papel reciclado toscamente rasgado e marcado com tinta de caneta BiC com o total de tomates de um lado e a conta do outro. Não recebia a pronto, mas a sô dona joaquina pagava-me sempre o papel anterior contra cada entrega subsequente. . O excesso de produção não ia para lixo; a irmã da sô dona joaquina era vendedora na praça e escoava-me os restantes tomates. A filha estava na secção das carnes porque o pai era talhante. E não fora essa opção pela venda de pitos e, garanto, fazia-lhe bom desconto nos tomates. . Agora, estranhamente, encontro a mãe, a filha, e os maridos das duas às compras no LIDL com sacos de plástico carregados de tomates espanhois e franceses. São mais baratos, garantiram-me, mas não tem o mesmo sabor que os seus sô Ricciardi. . São mais baratos, bolas, mas não têm o mesmo sabor. Pudera, os meus tomates crescem com muito amor. Eu canto-lhes, ameaço-os, faco-lhes festinhas, rego-os e tenho consideração por cada um. Conheco-os pelo nome próprio. Essa é que é a verdade. Uma taxinha não resolve isto, alimenta isto. . Rb
... alimenta isto e, se a sô dona Cristas conhecesse a clientela do LIDL sabia, como eu sei, que uma boa parte dessa gente deixou de empreender para receber um subsidio RSI qualquer(a filha recebe o de desemprego) que lhes permite a enorme vantagem de comprar tomates franceses mais baratos no LIDL. . É caso para dizer, mais vale um tomate baratinho no saco do que dois subsidios na mão. . Rb
2 comentários:
De certeza que não conhece. Mas olhe que eu conheço mto bem e disse à ministra quem é a clientela do LIDL; a sô dona joaquina por exemplo, que nunca deixou de (des)fazer o buço, é uma caso paradigmatico.
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Outrora era senhora da sua mercearia, e eu até lhe vendia os meus tomatinhos coração e boi e os cherry; ao caixote ou ao peso, às vezes pesavasse com o olho, conforme, sem factura mas com um papel reciclado toscamente rasgado e marcado com tinta de caneta BiC com o total de tomates de um lado e a conta do outro. Não recebia a pronto, mas a sô dona joaquina pagava-me sempre o papel anterior contra cada entrega subsequente.
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O excesso de produção não ia para lixo; a irmã da sô dona joaquina era vendedora na praça e escoava-me os restantes tomates. A filha estava na secção das carnes porque o pai era talhante. E não fora essa opção pela venda de pitos e, garanto, fazia-lhe bom desconto nos tomates.
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Agora, estranhamente, encontro a mãe, a filha, e os maridos das duas às compras no LIDL com sacos de plástico carregados de tomates espanhois e franceses. São mais baratos, garantiram-me, mas não tem o mesmo sabor que os seus sô Ricciardi.
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São mais baratos, bolas, mas não têm o mesmo sabor. Pudera, os meus tomates crescem com muito amor. Eu canto-lhes, ameaço-os, faco-lhes festinhas, rego-os e tenho consideração por cada um. Conheco-os pelo nome próprio. Essa é que é a verdade. Uma taxinha não resolve isto, alimenta isto.
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Rb
... alimenta isto e, se a sô dona Cristas conhecesse a clientela do LIDL sabia, como eu sei, que uma boa parte dessa gente deixou de empreender para receber um subsidio RSI qualquer(a filha recebe o de desemprego) que lhes permite a enorme vantagem de comprar tomates franceses mais baratos no LIDL.
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É caso para dizer, mais vale um tomate baratinho no saco do que dois subsidios na mão.
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Rb
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