18 abril 2012

não façam

É a segunda vez, num curto espaço de tempo, que o Joaquim levanta o mesmo tema, a primeira foi aqui, a segunda está no post abaixo. É o tema do cancro e do diagnóstico do cancro. Logo da primeira vez, eu tive vontade de intervir. Acontece que as circunstâncias da minha vida pessoal não me permitem falar abertamente sobre este tema. A verdade, mesmo a verdade, não é um bem para ser servido independentemente das circunstâncias.

Mas hoje sempre me decidi a dizer alguma coisa sobre o assunto.

Começo pela capa do "Público" de hoje. As indemnizações por despedimento vão passar para 6 a 10 dias por cada ano de trabalho porque, segundo um estudo, é assim que acontece na Europa. Vindo o padrão do estrangeiro eu fiquei mais descansado, porque se é assim no estrangeiro então a verdade do assunto deve ser mesmo assim. Até há pouco tempo as indemnizações eram de 30 dias por cada ano de trabalho. Num curto espaço de tempo passa-se de 30 para 6 ou 10, uma redução de 67% a 80%. A cultura portuguesa é assim, contém os extremos a passa-se, às vezes, de um extremo ao outro à
velocidade da luz.

Quando eu cresci, as pessoas só iam ao médico quando estavam doentes, ia-se ao médico para tratar uma doença. Excepto em casos gravíssimos, ninguém ia ao hospital. Hoje nasce-se no hospital, tornando o hospital uma instituição familiar e onde se está perfeitamente à vontade. E muitas pessoas - na realidade, eu presumo que a maioria das pessoas - vão ao médico, ao centro de saúde e ao hospital, não já para curar uma doença, mas para procurar uma doença. Com o tempo, o sistema de saúde acaba por lhes dar aquilo que elas lá vão procurar - uma doença, ainda por cima é de graça.

Tal como a maioria das pessoas eu também já acreditei na medicina preventiva e nos exames médicos de rotina. Hoje, não negando que em certos casos eles possam trazer alguns benefícios, eu penso que a cultura da medicina preventiva que entretanto se instalou tem muito mais inconvenientes do que benefícios. E não apenas isso, existe também uma dimensão económica. Eu estou convencido de que mais de metade daquilo que o Estado gasta em saúde não é para curar doenças, mas para produzir doenças.

Durante muitos anos, eu próprio fiz exames médicos preventivos de rotina, um check-up anual. Desde há cerca de 3 anos, por razões que não interessa aqui considerar, deixei de os fazer e não tenciono mais fazê-los. Quando o corpo humano está doente, a doença revela-se por sinais - dores de cabeça, inchaços, emagrecimento, vómitos, etc.  Não havendo sinais, não há doença.  Tratamentos invasivos, nem pensar, e cirurgias só em situações in extremis e perante um mal-estar insuportável.  

Às mulheres, eu sugiro que nunca façam uma mamografia, excepto quando existirem sinais anormais na mama.

9 comentários:

zazie disse...

Ainda bem que diz isso.

Eu tenho umas certas dúvidas porque sei que as coisas detectadas a tempo têm mais probabilidade de cura.

Tenho e exemplo extremo deste meu amigo que esteve perto de 30 anos sem ir ao médico.

Mas tinha sintomas de tensão alta e até estivemos em patuscada de grupo na véspera do internamento.

Perdeu um rim- assim, sem mais nem menos e agora está dependente da hemodiálise.

Os médicos disseram que tinha evitado se fosse ao médico- como toda a gente- incluindo os selvagens.

Mas eu sou como ele e não vou. A minha mãe vai nos 94 anos e apenas vai ao veterinário se tem qualquer problema.

E essa nem toma remédios- um único.

Eu acredito que uma vida saudável é a melhor prevenção. E faço por a ter. Mas tenho uma gigantesca embirração com consultórios e exames e agulhas e análises e o raio que o parta.

E essa da mamografia, que se lixe- não me apanham lá.

zazie disse...

Mas cuido da dentuça- isso sim. É coisa em que capricho de ter branquinha e limpinha e lindinha- como as coelhas

":O)))))

Quanto ao resto- a minha mãe é que tem o segredo- comer pouco- ser-se magro e fazer muito exercício deve ser o melhor segredo.
Eu tenho gosto pela paparoca, o que é lixado. E detesto sacrifícios do que é bom.

Ricciardi disse...

Vai zazie, não sejas totó, aquilo não custa nada a fazer. A minha foi e demorou dois minutos. Só apertam um bocadinho a mama numa maquineta e pimbas disparam o raio. Muita gente se safou por fazer esses exames com regularidade, alguns na minha familia.
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Rb

Ricciardi disse...

Opá eu também sou magro, mas deu-me um colestrol de 202 coisos.

Deve ser por causa do queijo.

A receita, diz a minha avó com 96 anos está em não comer muito, não jantar, comer sopinha, não fumar e beber vinho. Ela nunca praticou desporto e diz que isso desgasta o corpo e lhe faz mal.
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Não lhe perguntei acerca da frequencia da actividade sexual, que me mandava um estalo, e se isso tem influencia na saúde; a verdade é que há coisas por que vale a pena morrer ligeiramente mais cedo.
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Rb

zazie disse...

É pá, nunca fui e se calhar já passou o prazo disso

ahahahahhaha

Também não faço análises desde que tive o meu pimpolho.

Portanto, a coisa está toda fora de prazo.

E isso de apertar as maminhas serve para quê? para criar cancro em não o tendo?

Dizem que se pode ficar com ele por causa do exame.

E sei lá onde é que isso se faz.

Há-de ser coisa com horário proletário no cu de judas.

Ficava doente só para preparar essa ida ao exame e saber onde era e levantar-me de madrugada.

zazie disse...

Olha, essas cenas de colestrol e coisas assim que se sabe na farmácia apenas com o dedo, fiz estava tudo ok.

Isto os astros ajudam muito...

":O))))

marina disse...

concordo a 100%. transformaram as pessoas em clientes de doenças , difundindo o mito de que o corpo tende para o desequilibrio. recuso-me a acreditar nisso.

Unknown disse...

castrol alto, no problemo, façam circular com violência o sangue pelos tubos que ele não se pega...

por isso, sexo com fartura e tudo aquilo que estiver associado a elevação do ritmo cardíaco,, até o stress....

lolololol

Anónimo disse...

Todos nós vamos morrer. Como médco sei que todas as "normas" é para enriquecer as farmacêuticas. Coma bem, i.e., pouco mas bom, da nossa cozinha tradicional. Não molhe o pão no molho! O máximo do colesterol há 50 anos era de 250. Depois de uma guerra mundial. A espécie humana existe há um milhão de anos; então comiam coelhos doentes com mixomatose e apanhavam ovos nos ninhos. Tenham juízo.