A sustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde (SNS) expirou no dia 1 de Janeiro de 2002. Expirou com a entrada de Portugal no Euro. Uma reforma do atual sistema de financiamento da saúde não só é obrigatória, portanto, como já vem com mais de 10 anos de atraso.
Mas como é que a entrada no Euro afetou o sistema de saúde e, em particular, o SNS, perguntarão os alguns? É muito simples, o Euro eliminou a possibilidade de onerar o Orçamento de Estado (OE) com défices crónicos que eram monetarizados através da desvalorização do Escudo. Com o Euro, os défices passaram a dívida e esta foi-se acumulando até à bancarrota ou resgate, como se diz agora.
O sistema de financiamento tem de evoluir para um modelo sem risco de derrapagem e que garanta o aproveitamento máximo dos recursos que ainda nos restam. Se me permitem uma metáfora muito simples, temos de nos perguntar quantos ovos temos, antes de encomendar a omeleta. Ao contrário do que tem sido feito até agora que é encomendar a omeleta e só depois perguntar quantos ovos foram gastos.
Artigo meu na Vida Económica de hoje.
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