Os países de cultura católica são vorazes importadores de bens económicos, e muito modestos exportadores. E o que dizer dos bens do espírito - as ideias? A mesma situação. Importam toda a variedade de ideias e de ideologias que existem no mundo, e têm uma enorme dificuldade em exportar, sequer em promover, as ideias que sustentam a sua própria cultura católica. Na realidade, desvalorizam-nas.
Quem quiser conhecer um marxista-leninista, se já não encontrar nenhum representante da espécie no seu país, pode vir a Portugal que o encontra. Mais, encontra marxistas-leninistas de todas as tonalidades possíveis, desde o mais radical ao mais moderado. Maoístas também se encontram no país de todas as espécies e feitios. Quanto a liberais, há liberais clássicos, liberais conservadores, conservadores liberais, liberais sociais, socialistas liberais, liberais hayekianos, miseanos, rothbardianos e por aí adiante. Não existe ideologia no mundo que não tenha em Portugal o seu representante, e o seu representante em cada uma das variantes que ela pode revestir. Não porque os portugueses, ou qualquer país de cultura católica, tenham alguma vez criado alguma ideologia. Mas porque a sua cultura lhes manda que as copiem a todas.
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