O discurso político está cada vez mais deprimente. Por um lado, o actual Governo não manda nada. Por outro lado, a velha geração de políticos está gasta e comprometida com as más decisões dos últimos quinze anos. E, por fim, infelizmente o maior drama, o discurso da nova geração de políticos não augura nada de bom. Neste aspecto, os jovens turcos do PS, mas sobretudo os jovens turcos do PCP evidenciam uma desonestidade intelectual tão grande, mas tão grande, que dá vontade de perguntar se será de propósito ou se é mesmo resultado de uma profunda ignorância.
Há umas horas vi um programa da TVI24, chamado "Política mesmo", onde um tal de João Oliveira, deputado comunista, afirmava, entre outras pérolas, que o problema associado aos prejuízos das empresas públicas era o resultado da sucessiva desgovernação que sucessivos governos (presume-se, PS-PSD-CDS) tinham produzido, alegadamente de propósito, naquelas empresas a fim de as conduzir à necessidade da privatização. Mais, afirmava ainda aquele deputado, aparentemente indignado, que ao privatizar parte do Sector Empresarial do Estado se iria retirar ao Estado generosos dividendos, pagos por aquelas empresas, e que agora iriam parar aos bolsos de interesses privados! Enfim, seria conveniente que alguém explicasse ao ilustre deputado que, com excepção talvez da EDP (e somente, nos anos recentes, após a privatização do monopólio da EDP), aquilo que o Estado gastou em aumentos de capital superou e muito aquilo que recebeu em alegados dividendos. Seria uma clarificação importante, no mesmo dia em que outro jovem comunista, o "motard/pugilista" Miguel Tiago, acusou o Ministro Vítor Gaspar de uma agenda "fascizante" e de um ajuste de contas com Abril, não se percebeu bem a propósito de quê...Ora, é bom que se discutam as privatizações (por exemplo, folgo em saber que a privatização da Águas de Portugal, uma empresa rentável e gestora de um monopólio natural, foi adiada). E é bom que se discuta o papel e a presença do Estado na economia. Mas não é bom nem é aceitável que, intelectualmente, se tente aldrabar o eleitorado que ainda vai financiando este circo da nossa pequena política e destes pobres protagonistas.
Lamentavelmente, a insolvência de Portugal é o reflexo desta gente que, através do Parlamento, conduziu este nosso País, genericamente abúlico, a esta triste situação. Ora, como um dia escreveu Ludwig von Mises "the flowering of human society depends on two factors: the intellectual power of outstanding men to conceive sound, social and economic theories and the ability of these or other men to make these ideologies palatable to the majority" (Human Action, 1943). Por cá, nem uma coisa nem outra. E é por isso que, certamente por cá, eu deixei de acreditar na democracia representativa. Se é para esta miséria intelectual, então, poupem-nos a este espectáculo patético. Devolvam o poder político directamente ao eleitorado e logo se verá se esta gente é mesmo representativa do País, se é melhor ou se, afinal, é até bem pior.
Há umas horas vi um programa da TVI24, chamado "Política mesmo", onde um tal de João Oliveira, deputado comunista, afirmava, entre outras pérolas, que o problema associado aos prejuízos das empresas públicas era o resultado da sucessiva desgovernação que sucessivos governos (presume-se, PS-PSD-CDS) tinham produzido, alegadamente de propósito, naquelas empresas a fim de as conduzir à necessidade da privatização. Mais, afirmava ainda aquele deputado, aparentemente indignado, que ao privatizar parte do Sector Empresarial do Estado se iria retirar ao Estado generosos dividendos, pagos por aquelas empresas, e que agora iriam parar aos bolsos de interesses privados! Enfim, seria conveniente que alguém explicasse ao ilustre deputado que, com excepção talvez da EDP (e somente, nos anos recentes, após a privatização do monopólio da EDP), aquilo que o Estado gastou em aumentos de capital superou e muito aquilo que recebeu em alegados dividendos. Seria uma clarificação importante, no mesmo dia em que outro jovem comunista, o "motard/pugilista" Miguel Tiago, acusou o Ministro Vítor Gaspar de uma agenda "fascizante" e de um ajuste de contas com Abril, não se percebeu bem a propósito de quê...Ora, é bom que se discutam as privatizações (por exemplo, folgo em saber que a privatização da Águas de Portugal, uma empresa rentável e gestora de um monopólio natural, foi adiada). E é bom que se discuta o papel e a presença do Estado na economia. Mas não é bom nem é aceitável que, intelectualmente, se tente aldrabar o eleitorado que ainda vai financiando este circo da nossa pequena política e destes pobres protagonistas.
Lamentavelmente, a insolvência de Portugal é o reflexo desta gente que, através do Parlamento, conduziu este nosso País, genericamente abúlico, a esta triste situação. Ora, como um dia escreveu Ludwig von Mises "the flowering of human society depends on two factors: the intellectual power of outstanding men to conceive sound, social and economic theories and the ability of these or other men to make these ideologies palatable to the majority" (Human Action, 1943). Por cá, nem uma coisa nem outra. E é por isso que, certamente por cá, eu deixei de acreditar na democracia representativa. Se é para esta miséria intelectual, então, poupem-nos a este espectáculo patético. Devolvam o poder político directamente ao eleitorado e logo se verá se esta gente é mesmo representativa do País, se é melhor ou se, afinal, é até bem pior.
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