12 outubro 2011

bracing for impact

"Há demasiada oferta bancária e em Portugal também", disse hoje o presidente do BPI, rejeitando a possibilidade do Estado injectar capital nos bancos para prevenir situações potenciais. (...) Fernando Ulrich reiterou a sua defesa em relação à consolidação bem como à reestruturação da banca. "Estou a falar de fusões, fechar balcões e recuar custos" e de consolidação dos "grandes com os grandes, porque cria mais valor. Os pequenos são muitos pequenos".", no Jornal de Negócios online (destaques meus).

As declarações do Presidente do BPI são extraordinárias e reveladoras do potencial impacto que um "default" na Grécia e, em particular, em Portugal poderão provocar aos bancos nacionais, nomeadamente, atendendo ao risco soberano no balanço, a alguns dos maiores. Primeiro, o mercado bancário em Portugal é dos mais concentrados a nível europeu, pelo que, a generalização de Ulrich não colhe. Mais, o sistema financeiro nacional é dos mais bancarizados de todos. Segundo, depois de tanta conversa em redor da necessidade de se corrigir o conceito "too big to fail", o Presidente do BPI sugere que se caminhe precisamente nesse sentido. O que, de resto, me leva a questionar: não concordando hoje com a injecção de capital público nos bancos para prevenir situações potenciais, que diria Fernando Ulrich se, por acaso, a mega fusão de grandes bancos (os pequenos devem ser mixurucas...) resultasse numa, não muito inverossímil, mega situação potencial? Continuaria a discordar?! Pois claro que não...

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