Um importante sinal de que a Alemanha pode estar a caminho de abandonar o Euro foi hoje dado com a demissão de Jurgen Stark (alemão) do Conselho Executivo do BCE (aqui). A demissão é baseada na sua divergência quanto ao programa de compra de obrigações aos países em dificuldades (PIGS) por parte do BCE.
Para os PIGS, a saída da Alemanha do Euro (acompanhada eventualmente dos países economicamente satélites, como a Holanda, a Finlândia, etc.) seria menos onerosa do que se forem eles - os PIGS - a abandonar o Euro. Supondo que a nova moeda alemã se chamará marco, o euro desvalorizará fortemente em relação ao marco. E os alemães (mais os seus satélites), que são os principais credores dos PIGS, verão os seus créditos serem reembolsados numa moeda desvalorizada - o euro - sofrendo assim o "haircut" que tanto têm rejeitado.
O facto de o próximo Presidente do BCE ser um italiano, reforça a tese de que serão os PIGS - isto é, os países católicos do sul da Europa, mais a Grécia - a ficar com o Euro, cumprindo-se a regra de que, em caso de separação, os homens - os protestantes - saem de casa, e as mulheres - os católicos - ficam em casa.
Cumpre-se ainda uma outra característica da cultura católica, que é a de internalizar tudo aquilo que aparece no mundo, satisfazendo a sua natureza universal. "Existe por aí uma coisa nova, chamada Moeda Única, e que foi inventada pelos alemães? Ah, então, nós também queremos". E depois de terem acesso à coisa, armam uma tal confusão, que acabam por ficar com ela, enquanto os criadores - os alemães - preferem ir-se embora do que aturar esta gajada.
Sem comentários:
Enviar um comentário