Há uns meses atrás, o governador do BP afirmou que os portugueses não percebiam nada de finanças (chamou-lhe iliteracia financeira) porque desconheciam os juros que pagavam à banca pelos empréstimos para compra de habitação. Olhavam apenas para a duração do empréstimo e para o valor das mensalidades. Nessa ocasião, eu estive para escrever um post a contraditar tão douta opinião porque existe uma relação matemática entre a duração de um empréstimo, o valor das prestações e a taxa de juro, que permite determinar qualquer uma destas três variáveis desde que se conheçam as outras duas. Os portugueses, portanto, e ao contrário da opinião expressa pelo governador do BP, comportam-se como perfeitos conhecedores do mundo das finanças. Quem é que precisa de saber a taxa de juro quando já sabe quanto fica a pagar por mês e durante quanto tempo?
Já em relação a esta notícia, que dá conta da intenção do BP de limitar a remuneração dos depósitos a prazo, para garantir o lucro da banca, parece-me revelar desconhecimento financeiro, mas desta vez por parte do Sr. governador do BP.
Se o BP limitar o rendimento dos depósitos a prazo, por que razão é que os portugueses continuariam a confiar as suas poupanças à banca, nos mesmos montantes? Basta pensar no que aconteceu aos Certificados de Aforro para perceber que os portugueses podem não ser doutorados em finanças, mas não são tão estúpidos como os querem fazer parecer.
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