Num post anterior, estabeleci que num país de tradição católica é o povo que destrói a democracia, e que o carácter anti-democrático da cultura popular católica deriva da característica cultural designada por personalismo ou excepcionalismo católico.
O povo, porém, é constituído por homens e por mulheres, e a questão a que pretendo responder agora é a seguinte: quem contribui mais para minar a democracia num país de tradição católica, os homens ou as mulheres?
As mulheres, a grande distância dos homens.
O personalismo católico que se manifesta no povo por uma tendência, quase obsessiva, para cada um se diferenciar dos demais é, em primeiro lugar, uma característica feminina. Uma mulher, muito mais do que um homem, não gosta de ser vista nem tratada como qualquer outro, muito menos como qualquer outra. A condição de igualdade entre todos, a submissão de todos ao mesmo tratamento e às mesmas regras - a condição essencial subjacente ao chamado Estado Democrático de Direito - é radicalmente contrária à natureza feminina. Toda a mulher se vê a si própria, e quer ser vista e tratada pelos outros, como um ser único e uma excepção.
Por isso, quando as mulheres começam a ocupar funções institucionais nos três poderes do Estado democrático - o executivo, o legislativo e o judicial -, como ministras, deputadas e juizas, a democracia corre perigo e fica seriamente ameaçada. E isto é assim quanto maior fôr o número de mulheres nessas funções. Não é por acaso que, em Portugal, aquele dos três poderes do Estado em que as mulheres são já mais numerosas do que os homens - o poder judicial - é precisamente aquele que se encontra em fase mais adiantada de degradação.
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