25 julho 2011

punição de Deus

Eu penso que os atentados de Oslo terão uma efeito muito mais pronunciado e duradouro na sociedade ocidental do que tiveram os atentados de Nova Iorque, há dez anos. A diferença é que eles agora foram perpetrados por um insider, ainda por cima um homem nascido e crescido naquele que é considerado o país mais desenvolvido do mundo - a Noruega.

Os atentados de Nova Iorque foram cometidos por outsiders à cultura Ocidental, em nome de valores que nem sempre eram imediatamente entendíveis por esta cultura. Agora é diferente. O autor dos atentados deixou escritas uma série de críticas de natureza política, religiosa e filosófica à própria cultura prevalecente no Ocidente.

O terramoto de 1755 em Lisboa, com os milhares de mortos que produziu, ocorreu num momento em que a Igreja Católica estava sitiada pelos ataques do Iluminismo que resultara da Reforma Protestante dos séculos XVI e XVII. Portugal e a Espanha, na altura donos de dois respeitáveis Impérios coloniais, eram vistos no mundo como os bastiões do catolicismo. O terramoto atraiu na altura a atenção de vários filósofos (como Kant e Voltaire) e alguns viram no terramoto uma punição de Deus aos vícios do Catolicismo.

Os atentados de Oslo, dez anos depois dos de Nova Iorque, voltam agora o feitiço contra o feiticeiro. Aquilo que está em causa agora são os vícios do Protestantismo e das ideologias políticas - como o liberalismo, no caso dos EUA, e o socialismo, no caso da Noruega - que o Protestantismo produziu.

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