Em Portugal é quase impossível aparecer um psicopata como o Anders Breivik, a liquidar, de uma assentada, 76 pessoas. A nossa cultura não propicia estes comportamentos.
Imaginemos uma espécie de clone tuga do Anders, o André de Brites. O nosso André é um psicopata certificado, com distúrbio delirante de grandeza. Vive isolado numa finca e acredita que Deus lhe confiou a missão de salvar Portugal de ser colonizado por imigrantes africanos.
O André, sendo um português de gema, nunca dedicaria horas a fio a estudar “o problema”. Analisaria o assunto pela rama, não planearia, confiaria no improviso, iria gabar-se das suas pretensões ainda antes de as executar e, por fim, estabeleceria objectivos mais modestos e, digamos, menos cansativos. Talvez matar uns 7 imigrantes, setenta e tal... daria muito trabalho.
O nosso André, porém, nem esse objectivo mais despretensioso iria conseguir realizar. Eu julgo que acabava por se envolver num confronto qualquer com um africano, pensava em liquidá-lo, erguia o punho mas acabava a gritar: segurem-me senão eu mato-o!
Após essa cena, os vizinhos passavam a trazê-lo debaixo de olho e as pretensões do André a um lugar na história iam ficar-se por aí. Ele seria a pessoa que quase tinha salvo Portugal.
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