24 julho 2011

não esteve lá

Tendo esta semana observado in loco o milagre da vida, fiquei especialmente chocado com a chacina de 6ª feira na Noruega. E mais chocado fiquei com o facto de o serial killer ser um norueguês de gema, como alguém lhe chamou, que agiu premeditadamente e suportado num racional qualquer que, ao render-se, disse querer explicar...como se aquilo que havia acabado de fazer tivesse alguma explicação ou justificação possível.

Ora, de tudo o que li acerca deste tal de Anders Breivik Behring, a informação que mais captou a minha atenção foi esta: "o pai, divorciado da mãe do suspeito desde o seu nascimento, disse que perdeu contacto com o filho desde 1995, quando este tinha 15 ou 16 anos". Enfim, ao ler aquilo, mesmo sabendo que a vida dá muitas voltas e que nem sempre nos corre de feição, recordei-me logo de uma coisa que o meu próprio Pai, uma vez quando o questionei acerca do papel paterno, me disse: "Ricardo, a função do Pai é simplesmente...estar lá". E, realmente, aquela coisa de querer explicar o inexplicável é reveladora: a uma mãe tudo se tenta explicar e quase tudo é desculpável, mas a um pai já não...

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