O actual sistema de saúde, especialmente o SNS, resultou de 30 anos de socialismo. Resultou de um planeamento central e de uma alocação de recursos que serviu apenas os interesses políticos do momento.
Se tivesse resultado de mecanismos de mercado seria necessariamente diferente, em quantidade e em qualidade.
Julgo que seria mais pequeno, que estaria mais concentrado nas grandes cidades, que teria uma qualidade mais variável, que disponibilizaria muito menos serviços, que empregaria menos pessoas e que seria mais económico.
Podemos discordar desta perspectiva, mas não podemos ignorar que existiriam diferenças abissais.
Ora, se partirmos da organização actual do sistema de saúde e nos limitarmos a aplicar princípios de gestão empresarial, estaremos a maximizar uma produção em que a oferta está desfasada da procura e em que o mix de serviços não corresponde às preferências dos clientes, mas à visão, ou falta dela, dos responsáveis políticos.
Em conclusão, a empresarialização cega só pode inflacionar os erros do passado e levar ao fim do SNS.
Espero que o governo compreenda este fenómeno.
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