18 junho 2011

fritos

Nos países de tradição católica (e ortodoxa) aquilo que se discute publicamente nunca é realizado, e aquilo que é realizado nunca é discutido publicamente. Discute-se agora, depois da nomeação do novo Governo, a implementação das medidas acordadas com a troika.

Não vão ser cumpridas, independentemente da competência técnica e política e do voluntarismo dos novos ministros. Os ministros vão ser fritos, especialmente os que possuem um perfil técnico e razoavelmente independente dos partidos (Finanças, Educação, Saúde, Economia) e o Governo não dura, incólume (isto é, sem pelo menos uma demissão, ou remodelação), até ao final do ano.

A questão verdadeiramente importante, estratégica, para Portugal (e também para a Grécia, a Espanha, a Itália e, provavelmente, a Irlanda) é como saír do Euro e, por implicação do Mercado Único Europeu, voltando a uma moeda nacional e a uma economia protegida. É indispensável a ajuda dos principais países da UE (Alemanha, França) e também dos EUA, que têm muito interesse em que os países periféricos não operem esta mudança de forma brusca e radical.

Em suma, a questão importante para o futuro de Portugal é: Como saír da União Europeia? (Mas não diga nada a ninguém).

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