Depois do tempo de antena de José Sócrates, ontem, percebemos que afinal não houve resgate, o que houve foi engate. Os socialistas apaixonaram-se pelo FMI e, digo eu, parece que são correspondidos. Pelo menos o FMI permitiu que José anunciasse o idílio, em primeira mão, antes das medidas serem conhecidas.
A diabolização do FMI não passou portanto daquelas farpas com que os jovens amantes se estimulam, antes de se entregarem à paixão. Claro que Dominique é um socialista encartado do PS francês e um possível candidato presidencial, que só tem a beneficiar com um bom affair com o nosso PS.
O governo, em boa verdade, já tinha tomado grande parte das medidas que costumam vir na cartilha do FMI (nos PEC's I, II e III) e só não conseguia controlar o vício... da despesa. Daí que, desta vez, o equilíbrio tenha de resultar de um corte nos gastos.
Os namoros que começam por arrufos costumam evoluir para paixões arrebatadoras e é possível que estejamos a contemplar um desses casos. Depois de William e Kate, temos Dominique e José. Suspeito que vai ser a paixão escaldante deste verão e que o PS, depois de ter metido o socialismo na gaveta pela mão do patriarca Soares, se prepara agora para abandonar o "Caines" e o resto da tralha e abraçar, por fim, o Hayek e o mercado.
Como há sempre um cheiro a marfim em todos os bons romances, neste affair também há alguns prejudicados que todos sabemos quem são. Dos fracos, porém, não reza a história e neste momento o que temos é de festejar uma ligação tão feliz.
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