23 março 2011

uma união esfrangalhada

Escrevia eu na semana passada, na minha crónica no jornal "Vida Económica" (intitulada "Uma triste cimeira"), o seguinte a propósito da cimeira na qual o (ainda) Governo português se espalhou ao comprido:
"(...) a imprensa de segunda-feira destacava duas importantes vitórias. O reforço da capacidade efectiva do Fundo de Estabilização. E a possibilidade de este passar a adquirir dívida pública dos países membros em mercado primário. Estas duas vitórias foram assinaladas com grande entusiasmo, porém, a bem da prudência, seria conveniente aguardar por mais pormenores e detalhes dessas medidas. Porque à primeira vista ainda não se vê nada de concreto, para além das ideias gerais. Por um lado, o reforço da capacidade efectiva do Fundo de Estabilização exigirá a um conjunto de países – aqueles que não possuem o “rating” máximo – que entrem com dinheiro a sério, em alternativa às garantias bancárias que, até aqui, constituíam os putativos activos daquele veículo. Ou seja, sendo de saudar que se esteja a caminhar no sentido de concretizar o dito veículo, resta saber como reagirão os países financiadores na hora de substituir garantias virtuais por fluxos reais.", edição de 18/03/2011.
Pois bem, esta tarde, após nova reunião em Bruxelas, foi divulgado que a Zona euro decidiu adiar decisões sobre o reforço do fundo de socorro e que as modalidades desse reforço só serão discutidas em Junho "devido às dificuldades políticas e eleitorais de alguns países que os impedem de assumir compromissos até lá". Curiosamente, a notícia, citada pelo Público, omite a agitação política em Portugal, referindo apenas aquela que se verifica na Finlândia e na Alemanha...

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