No editorial de hoje do Diário Económico, intitulado "É o beijo de morte de Angela Merkel. Será que ele percebeu?", o jornalista Raúl Vaz escreve - e muito bem - que, no recente encontro de Berlim, Merkel deu um beijo da morte a Sócrates sem que este se tivesse apercebido.
De facto, pressionada pela opinião pública alemã e sem margem de manobra na sequência da derrota eleitoral de Hamburgo, o optimismo inveterado de Sócrates foi o melhor presente que Merkel poderia ter recebido. Agora, esta já poderá dizer aos seus eleitores, e aos seus pares em Bruxelas, que a Alemanha não precisará de intervir em Portugal porque Sócrates tem a coisa sob controlo. E, assim, se por acaso Portugal necessitar mesmo de ajuda, Merkel dirá que não, porque não foi isso que havíamos afirmado apenas umas semanas antes.
Em suma, o orgulho de Sócrates, suportado apenas nuns oficiosos números da despesa de Fevereiro que carecem ainda de confirmação final, poderá revelar-se fatal para um primeiro ministro a quem, ironicamente, a simples ideia de dar parte de fraco nunca esteve em cima da mesa, fosse em que circunstância fosse. Infelizmente, desta vez, a figura do coitadinho, por mais desprezível que seja, talvez tivesse dado mais jeito, a fim de defender os interesses de Portugal. Enfim, a ver vamos...
Sem comentários:
Enviar um comentário