27 março 2011

dizer mal de Portugal no estrangeiro

The Portuguese now live in a climate of decaying politics and growing disregard for the rules of democracy. Not only did half the voters abstain in the presidential elections in January, a serious flaw in the registration system also meant that thousands who wanted to vote couldn't. No single politician has claimed responsibility for this. This month the press revealed the payment of € 72,000 in extra fees to a minister's wife against the advice of the civil service. Again, no one resigned.

Now the more obvious historical parallel is not the golden era, but 1890, when Portugal became the first European country to go bankrupt. As every Portuguese citizen knows, the political turmoil that followed only came to an end in 1926, with a military coup and the rise of António de Oliveira Salazar's far-right party.


Via The Guardian

Dizer mal de Portugal é o vício mais português que há. Normalmente é um vício que os portugueses satisfazem em Portugal, nos cafés, nas cervejarias ou no trabalho. JMF não escapa a esta praga, mas vai um passo à frente. Diz mal de Portugal no The Guardian, para deleite dos bifes.
Num artigo que faz jus ao pensamento tipicamente tuga, JMF faz um retrato do País que daria um excelente guião para um filme do Manuel de Oliveira. Com um vilão chamado Sócrates e referências inevitáveis aos nossos 800 anos de história. JMF fala de D. Sebastião, de Pessoa, de Salazar, do Brasil, etc. Uma salgalhada dos diabos que vai impressionar, com certeza, os arautos da pseudocultura que constituem o cliente tipo do The Guardian.
Para delírio da populaça, JMF torna-se até condescendente com esse outro vício tuga que é a tendência para o excesso. Nem a política portuguesa está em decomposição, nem há violações criminosas do sistema democrático. A abstenção eleitoral é um fenómeno normal nas democracias estáveis e a pequena corrupção, de que JMF fala, ocorre em todo o lado. Basta pensar nas trafulhices dos deputados ingleses...
Infelizmente, os bifes que vão ler este artigo não conhecem suficientemente bem a cultura portuguesa para lhe dar o devido desconto. Vão tomá-lo à letra e essa não seria, certamente, a intenção do JMF.

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