A notícia que hoje conduziu a pesadas desvalorizações dos títulos da banca nacional não foi nada famosa. E, infelizmente, o já habitual desmentido - mais um... - do senhor secretário de Estado em nada ajudará. Posto isto, nos próximos dias, as acções da banca, provavelmente, continuarão sob forte pressão. A exemplo de outros grupos nacionais fortemente endividados, uns mais a norte, outros mais a sul, como a EDP, que nem mesmo beneficiando de melhor rating que a República, também não saem incólumes perante o aperto associado à situação geral. A ver vamos se os juros se mantêm abaixo dos 7,75% e se, por obra e graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, nos safamos por milagre de uma intervenção externa.
Mas, enfim, acima de tudo, quero aproveitar esta ocasião para dar uma sugestão aos governantes portugueses: e que tal se juntássemos esforços com a Espanha? É que, sendo certo que estamos dependentes dos credores alemães e franceses, não podemos esquecer-nos de que se nós, e os espanhóis, roermos a corda, ameaçando com a suspensão do pagamento de juros, também rebentamos com eles! E nesta altura de crise, em que alemães e franceses nos tentam esmifrar - com toda a razão, apesar de tudo... - para nos porem de gatas durante muitos anos, vale tudo. Por isso, falando como patriota, é momento para nos fazermos de loucos e fazer ver à Europa rica que a única "win-win" é nós continuarmos a pagar-lhes, mas a pagar-lhes menos e durante mais tempo! Em suma, sem prejuízo de termos sido nós a cavar a nossa própria cova, creio que estamos, Portugal e Espanha em conjunto, a menosprezar seriamente os nossos argumentos negociais. Só há uma solução que, na teoria e na prática, serve os interesses de todas as partes: um perdão de dívida. E é para esse perdão de dívida que todos devem convergir - a bem ou a mal!
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