24 dezembro 2010

públicos e privados

Nos últimos anos temos vindo a assistir ao desaparecimento progressivo da fronteira entre o Estado e a chamada sociedade civil. O Estado passou a desenvolver a sua ação através de múltiplas entidades privadas e muitas entidades privadas passaram a depender inteiramente do Estado.

Na área financeira, por exemplo, esta miscigenação é muito clara. O Estado regulamenta toda a atividade dos bancos, desenvolve a sua estratégia macroeconómica através dos bancos e assume o papel de avalista final.

Nas áreas da educação e da saúde o Estado assume-se como empresário, mas também desenvolve parcerias com os privados e com entidades sociais, como as Misericórdias, num novelo que parece impossível de destrinçar.

O resultado desta mistura é dramático. Destrói a administração pública pela contaminação com princípios de gestão privada e destrói o sector privado que passa a estar dependente da influência, da política e da burocracia.

Parece-me muito importante pôr um ponto final nesta mixórdia que só beneficia os agentes políticos e os empresários de segunda categoria e que prejudica, e muito, o País.

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