05 novembro 2010

insensato

As medidas anunciadas esta semana pela Reserva Federal, de comprar dívida pública norte-americana até 600 mil milhões de dólares, na prática, de imprimir dólares, a fim de fomentar o crédito bancário e estimular a economia, são de uma insensatez extraordinária. A acção do senhor Bernanke, Presidente da Reserva Federal, não sendo inesperada, não deverá ter impacto na economia interna dos Estados Unidos porque o problema, simplesmente, não é a ausência de crédito; pelo contrário, no cerne da crise esteve sempre a bolha do crédito. Dir-se-á: esta é a última arma da Reserva Federal, logo, há que usá-la. Ora, na minha opinião, não é assim. Há alturas em que o melhor a fazer é ficar quieto. E aquilo que Bernanke está a fazer tem tido uma única consequência: enfraquecer o dólar e incendiar os ânimos junto da comunidade internacional, que, desde há algumas semanas, fala abertamente em guerra cambial. Como alguns responsáveis do Tesouro norte-americano têm afirmado, os problemas económicos mundiais requerem concertação e não divisão, por isso, é melhor que Bernanke e Geithner comecem a fazer aquilo que têm andado a apregoar aos outros. Caso contrário, estamos aí para uma guerra comercial, proteccionismo a sério e sabe-se lá mais o quê.

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