Às vezes a surpresa vem de onde menos se espera. Refiro-me, concretamente, à entrevista desta noite de Judite de Sousa a Francisco Louçã, que, com toda a franqueza, seria a última pessoa que eu imaginaria poder elogiar nestes meus posts.
Ora, nesta discussão do OE 2011, independentemente das contradições políticas que aqui se apontam, Louçã, devido à sua formação académica, tem afirmado coisas com bom senso. Primeiro, a ideia do orçamento de base zero que, a avaliar pelas despesas sumptuosas de certos ministérios (como este), me parece um exercício absolutamente necessário e meritório. E, segundo, a mensagem central do seu discurso desta noite: a noção de que, mais tarde ou mais cedo, teremos de reescalonar a nossa dívida pública e que, desde já, temos de substituir as importações por investimento e produção interna.
Em suma, uma excelente prestação numa entrevista que, certamente, lhe concederá a simpatia de muitos eleitores e que, não obstante as diferentes inclinações ideológicas de cada um (certamente das minhas...), ajuda a explicar a razão pela qual o BE é a terceira força política do país. De resto, não fossem as outras prestações televisivas e parlamentares com que, repetidamente, o deputado Louçã tem presenteado o país, marcadas pela demagogia e manipulação dos factos, e até eu próprio talvez me sentisse tentado a votar no BE!
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