Voltamos então ao tema central da questão: tem ou não a economia portuguesa condições de pagar aos seus credores dado o montante da sua dívida e as suas perspectivas de crescimento?
O economista chefe do FMI, Olivier Blanchard, há muito tempo (2006), num estudo sobre o ajustamento de Portugal no quadro da União Monetária, concluiu que, para se restabelecer a competitividade de Portugal - perante a impossibilidade de desvalorização competitiva -, os salários teriam de ser reduzidos 20%, ou seja, quatro vezes mais que o ajustamento pedido no Orçamento do Estado de 2011.
Sucede que o impacto, por metade que fosse, de um tal corte no rendimento disponível levaria a uma descida brutal na capacidade das famílias e das empresas de cumprir as suas obrigações - nomeadamente no crédito à habitação - e as imparidades no sistema financeiro seriam de tal ordem que o deixaria em evidente insolvência e a exigir importantes aumentos de capital para as instituições que o pudessem fazer.
JOR, no ionline
PS: Argumento a contestar em futuros posts.
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