12 novembro 2010

aleluia

"Merkel tem dito coisas sensatas", disse hoje Fernando Ulrich, presidente do BPI.
Finalmente. É caso para dizer que até que enfim que alguém com voz relevante na vida activa portuguesa disse aquilo que está certo. Porque é evidente que a Alemanha, para cima de quem está a ser empurrado o ónus de salvar a união monetária das asneiras dos outros, tem que iniciar o debate acerca das regras que, em primeiro lugar, conduzam à responsabilização dos credores dos países com dívidas públicas ingovernáveis. Se nós portugueses estivéssemos no lugar dos alemães faríamos o mesmo! E se não fizéssemos seríamos idiotas em não fazê-lo.
Tem-se criticado muito o "timing" das declarações de Angela Merkel, mas, em bom rigor, dado que não se tratou do assunto antes do tema eclodir, ou seja, antes de ter sido necessário o resgate à Grécia, deixou de existir um "timing" perfeito para introduzir o assunto. Não tenhamos dúvidas: em face da dimensão da dívida dos países periféricos, esta é uma crise que não terminará de um dia para o outro, por isso, quanto mais depressa se definirem as regras associadas ao "default" dos países mais soterrados em contas para pagar tanto melhor. Em suma, Ulrich, ao contrário - estranhamente... - de Ricardo Salgado, falou e falou muito bem. Caro Fernando: apoiado!

Sem comentários: