O Governador do Banco de Portugal revelou-se hoje favorável à criação de uma nova agência independente que tenha como missão zelar pelo cumprimento das políticas orçamentais, a fim de credibilizar as contas públicas. Enfim, a proposta do senhor governador é a demonstração de que o sistema de "checks and balances" da actual República Portuguesa - nomeadamente, no tratamento das contas públicas e no papel da Unidade Técnica de Apoio Orçamental - não funciona. E representa, ainda, na minha opinião, a afirmação de uma nova e necessária tendência para os próximos anos, ou seja, de uma crescente primazia dos tecnocratas face aos políticos. De resto, não deixa de ser sintomático que o anúncio de Carlos Costa tenha coincidido com o centenário da 1ª República que, entre outros factores, caiu devido à desordem e à desfaçatez com que então também se geriam os dinheiros do país.
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