Nos últimos dias, mergulhei numa reflexão acerca do país e concluí o seguinte: oxalá, Pedro Passos Coelho vote contra o Orçamento de Estado. A minha conclusão é cínica, pois, não estando à espera que o PSD tenha algo melhor para nos apresentar, a verdade é que o rumo que estamos a tomar, caracterizado essencialmente por uma progressiva asfixia fiscal sem reformas estruturais - a fim que financiar um modelo que não podemos suportar -, não nos levará a lado nenhum. Em suma, quanto mais depressa isto estourar e formos ao abismo, mais depressa dele sairemos. Ao mesmo tempo, a minha segunda conclusão, esta sem qualquer ponta de cinismo - e uma conclusão que me custou ainda mais que a primeira -, é a de que, dados os costumes e mentalidades do nosso povo, não há, hoje e no futuro próximo, outra alternativa a não ser a saída de Portugal do euro e a redenominação de todas as nossas dívidas numa moeda 30 ou 40% mais fraca. Pelo contrário, mantermo-nos no euro, com todos os desequilíbrios que temos e perante a incompreensão das pessoas para a gravidade dos problemas, representa o caminho certo para uma década (ou mais) de recessão.
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