Ontem assisti a um espectáculo a que já não assistia há pelo menos trinta anos. Cerca das seis da tarde, uma interminável fila de carros fazia bicha na auto-estrada do Norte (A1), à saída do Porto, junto aos Carvalhos, para entrar na EN1.
Há trinta anos só havia três auto-estradas em Portugal, Lisboa-Cruz Quebrada (20Km, eufemísticamente às vezes chamada a auto-estradas de Cascais), o troço da A1 até Vila Franca (25 Km) e depois o troço da A1 dos Carvalhos ao Porto (10 Km). Quem fazia a viagem de Lisboa ao Porto perdia a auto-estrada em Vila-Franca e só a encontrava de novo nos Carvalhos.
Pelo contrário, quem saía do Porto para Lisboa ficava sempre engarrafado nos Carvalhos, na entrada para a EN1, porque essa era a única estrada que dava acesso à região densamente povoada ao sul do Porto (S. João da Madeira, Oliveira de Azemeis, etc) e, em útima instância, a Lisboa.
Desde que se completou a A1 e, mais recentemente a A29, nunca mais houve engarrafamentos nos Carvalhos. Voltaram agora. E em grande.
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