A imprensa económica de hoje dá grande destaque à ida de José Sócrates, acompanhado de responsáveis das Finanças e do Instituto de Gestão do Crédito Público, a Wall Street, a fim de convencer os investidores estrangeiros da sustentabilidade financeira do nosso país. Pouco a pouco, a irredutibilidade dos mercados, que exigem a Portugal prémios de risco cada vez mais altos, está a levar o Governo a abandonar algumas políticas despesistas. É o caso da suspensão do concurso do TGV entre Lisboa e o Poceirão - resta saber o que acontecerá ao ridículo troço Poceirão/Madrid -, do abandono de boa parte das novas concessões rodoviárias e, provavelmente, do adiamento do novo aeroporto para data incerta.
Entretanto, várias vozes respeitadas afirmam agora que a chegada do Fundo Monetário Internacional é inevitável e que só o Fundo conseguirá endireitar o país. Enfim, tenho alguma curiosidade em saber o que é que José Sócrates vai dizer a esses terríveis especuladores nova-iorquinos e quais os números que irá apresentar. Mas suspeito que sem evidência concreta - que, para já, não tem - não existirá inglês técnico que o salve. Há, no entanto, uma réstia de esperança: a Direcção Geral do Orçamento publicará mais logo a última síntese de execução orçamental e, talvez, nesse documento, se vejam algumas ténues melhorias no combate ao défice. Se não for o caso e a despesa aparecer novamente descontrolada, o melhor mesmo é que Sócrates fale apenas de energias renováveis (um dos outros compromissos na sua agenda de Nova Iorque) e que dê um impulso à EDP na cátedra de Manuel Pinho na Columbia University!
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