Qual é a representatividade do anarco-capitalismo no movimento libertário? Ninguém terá dados concretos para responder a esta pergunta mas há uma impressão subjectiva de que se trata de uma franja marginal de filósofos, cristalizados em torno do pensamento seminal (e genial) de Murray Rothbard.
Os grandes ícones do pensamento libertário, em particular Hayek (e a minha adorada Rand) foram violentamente criticados por Rothbard, em particular pelas suas concepções do Estado. Um “mal necessário” para eles e um “mal desnecessário” para Rothbard.
Nos meus últimos posts, sobre a estratégia libertária do Rui Botelho Rodrigues, limitei-me a expor as teses de Rand sobre o papel do Estado e sobre o anarco-capitalismo. Lamentavelmente, não fui muito original, embora me console a ideia de ter reflectido ideias de pensadores admiráveis. O Rui Botelho Rodrigues teve a gentileza de me responder (aqui e aqui), contestando todas as minhas afirmações com argumentos sólidos e inteligentes, em grande parte reflectindo o pensamento de Rothbard.
O nosso diferendo não é novo nas discussões entre libertários, nem vai resolver o problema do Estado no seio do libertarianismo. Abusando um pouco da generosidade do Rui Botelho Rodrigues, gostaria apenas de lhe perguntar se no delinear de uma estratégia libertária não seria mais útil considerar as correntes maioritárias (na linha de Hayek) ou se, pelo contrario, se deve apenas observar o purismo Rothbardiano, mesmo que marginal dentro do movimento libertário.
Nos EUA, onde o libertarianismo tem maior expressão, tem-se optado pela primeira via. A candidatura de Rand Paul ao Congresso e o sucesso do movimento “Tea Party” reflectem o possível acerto dessa estratégia.
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