Na evolução social e política, a questão do poder (no sentido Hobbesiano) precede qualquer noção de direitos cívicos por muitos milhares de anos. A Declaração Universal dos Direitos do Homem, por exemplo, ainda não completou 60 anos e, na maior parte dos países do mundo, não passa de letra morta. Só na China vivem cerca de 1,4 biliões de seres humanos a quem o poder não reconhece quaisquer direitos.
Ao analisar a questão da necessidade do Estado e do monopólio público da repressão da violência, ocorre-me pensar que o problema dos direitos individuais só pode ser discutido depois de arrumada a questão da distribuição do poder, do seu exercício e limitações.
Pretender, como pretendem os anarco-capitalistas, partir dos direitos (self-ownership) para a definição da estrutura social do poder, é inverter todo o sentido natural das coisas. Não é possível partir da ética para a política.
O fim do Estado criaria um vazio de poder que rapidamente seria preenchido por pessoas que, por o terem conquistado pela força, não sentiriam qualquer obrigação de respeitar os direitos de ninguém. Machiavelli não iria perder tempo com Rothbard.
Digo eu ...
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