Quando o Estado ultrapassa as sua funções essenciais e se embrenha na vida diária dos cidadãos, favorecendo determinados grupos em prejuízo de outros, surgem conflitos e ódios que alimentam disputas desnecessárias e prejudiciais.
O caso Freeport é um exemplo deste tipo de consequências. Uma disputa estéril entre múltiplos grupos de interessados e de interesses. Dos ambientalistas aos promotores do projecto, das autarquias ao governo, dos empreiteiros aos cidadãos que residem na área.
Há quem queira preservar o espaço ambiental, há quem queira um cemitério, há quem queira um centro comercial. Um problema local, para ser resolvido localmente, cai na alçada do governo e de múltiplas agências nacionais. Surge a “guerra” de interesses, abre-se a porta à corrupção, chama-se a polícia e envolve-se o ministério público e os tribunais. Todos acabam por tomar partido.
Para um libertário como eu, que defende um Estado mínimo, este resultado é uma consequência inevitável do colectivismo em que vivemos. Mil Freeports hão-de surgir no futuro, em Alcochete ou em Foz Côa, em Poceirão ou em Alguidares-de-Baixo. Sempre que o Estado seja chamado a arbitrar interesses locais e particulares, estas serão as consequências.
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