01 julho 2010

ananases na Lua

Li com muito interesse as explicações de José Sócrates sobre o “negócio da PT” (artigo de opinião no Público de hoje).  No fundo, o primeiro-ministro veio-nos dizer que usou a “golden share” para salvaguardar os interesses estratégicos do País que, obviamente, estão acima dos interesses dos espanhóis da Telefónica e dos interesses financeiros de curto prazo dos accionistas portugueses.
Não se entende bem o que José Sócrates quer dizer quando se refere a “interesses financeiros de curto prazo dos accionistas portugueses” porque o consórcio de investidores actuais da Vivo já tem mais de 7 anos (uma eternidade em finanças), mas fica bastante claro que o governo pretendeu defender interesses estratégicos nacionais de longo prazo.
Ora aqui é que a porca torce o rabo. É muito difícil, se não impossível, definir estratégias de longo prazo. Por algum motivo o velho Keynes dizia que “no longo prazo estamos todos mortos” e eu acrescentaria que no curto prazo estamos tecnicamente falidos e aqueles 7,5 B€ faziam-nos um jeito do caraças.

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