"Nos últimos dias, a União Europeia tem-se esforçado por difundir a ideia de que a partir de agora é que vai ser – os que não cumprirem as regras serão punidos sem hesitações. Ao mesmo tempo, os países directamente visados – Grécia, Espanha e Portugal – obedientemente, e com uma certa teatralidade, preparam-se para mostrar algum trabalho adicional na contenção da despesa".
O parágrafo anterior faz parte da minha crónica desta semana no jornal "Vida Económica" (14/05). Ora, de acordo com notícias que começam a ser plantadas na comunicação social, além de alguma contenção da despesa que contribuirá de forma muito deficiente para resolver os desequilíbrios do país - a única medida relevante e que merece aplauso é a redução nos consumos intermédios -, também vamos ter um agravamento dos impostos que em nada melhorarão a nossa situação competitiva. Pelo contrário. Por um lado, a redução dos salários auferidos pelos políticos e altos dirigentes tem de ser recebida com uma pitada de sal, pois, mediante a eventual atribuição de outras mordomias - basta ver o que se passa com os deputados e as suas ajudas de custo por isto e por aquilo -, nunca se sabe o que realmente acontecerá aos salários daqueles senhores. Por outro lado, ao aumentar o IRS e o IRC continuaremos a penalizar a poupança, o investimento, a criação de emprego e a tão apregoada componente exportadora da nossa economia. Enfim, como escrevia há dias o Alberto João no Jornal da Madeira "hoje em dia, ser empresário em Portugal reveste-se de uma certa heroicidade" (citado de memória)...
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