Perante a actual crise política e financeira, Pedro Passos Coelho pode: a) imputá-la à gestão do governo actual; b) imputá-la à conjuntura internacional e ao ataque dos especuladores. Só na primeira hipótese faz sentido liderar uma alternativa ao governo. Se for assim, a cada dia que passa a situação do país ficará pior se o governo que a criou continuar em funções. Não faz, então, qualquer sentido apelar para a ”responsabilidade política” e para o "sentido de Estado", se os responsáveis pela crise não forem substituídos por quem entende ser capaz de fazer melhor. A verdadeira “responsabilidade política” consistiria, neste caso, em substituir os responsáveis pela crise, em vez de os perpetuar no poder. O que Passos tem feito ultimamente leva-nos todavia a crer que ele entende que o governo actual será capaz de ultrapassar o mau momento em que vivemos, pelo qual, em última análise, não é responsável. Só essa razão justifica mantê-lo em funções com o apoio do PSD.
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