01 maio 2010

evitar o inevitável

José Sócrates não é economista e nunca foi acusado de perceber o que quer que fosse de economia. José Sócrates é um político.
A maior parte das críticas que lhe são dirigidas, contudo, referem-se especificamente à política económica do governo, sem analisarem a dimensão política dos problemas do País.
Dei por mim a pensar nisto, a propósito das medidas que o FMI e a UE impuseram à Grécia. Congelamento dos salários da função pública por três anos, eliminação do subsídio de férias e do 14º mês, aumento do IVA (de 2 a 4 pontos percentuais), aumento dos impostos sobre o tabaco, o álcool e produtos petrolíferos, etc.
Ora, o que é que aconteceria à carreira política de Sócrates e ao PS se este tipo de medidas fosse implementado em Portugal? Por antecipação à exigência dos mercados. Não será difícil fazer previsões.
No entanto, se estas mesmas medidas vierem a ser impostas de fora, por determinação de autoridades como a Comissão Europeia, o FMI ou o BCE, o que poderá Sócrates fazer, senão cumprir?
No final, dirá qualquer coisa como:
- Eu tentei evitar isto até à última. Nem os investimentos públicos que nos podiam ter salvo desta situação me deixaram fazer...

Sem comentários: