27 abril 2010

leviana


A greve de hoje nos transportes públicos - ferroviários e rodoviários - ameaça paralisar parte do país. Ora, de acordo com o Jornal de Negócios, nas empresas públicas que forneceram dados, no balanço do período compreendido entre 2005 e 2009, todas elas concederam aos seus funcionários aumentos salariais acima da inflação!

Enfim, como há tempos escrevi, actualmente aqueles que mais protestam são aqueles que menos razão têm para protestar. Deste modo, estamos na presença de uma greve imoral. Aliás, é uma greve leviana. Esta atitude frívola deveria ser penalizada com direito a despedimento por justa causa (como Ronald Reagan fez em 1981 com os controladores aéreos, ao abrigo de uma lei federal que proibia as greves nas empresas públicas). Eu bem sei que, em Portugal, o direito à greve é um direito constitucional, porém, não foi para estes fins que esta assim se constituiu.

A situação é particularmente inaceitável, na medida em que algumas destas mesmas empresas se encontram no grupo das empresas mais ruinosas do sector empresarial do Estado. Acresce, ainda, que, em face da profunda crise em que mergulhou o sector nacional de transportes privados - sociedades de camionagem e de taxis -, certamente, não faltarão interessados em ocupar os lugares dos privilegiados que agora se rebelam sabe-se lá contra o quê.

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