28 abril 2010

governo e oposição

Nas democracias sensatas costuma ser o chefe do governo a pedir colaboração aos partidos e aos chefes da oposição para poder governar.

Hoje, Pedro Passos Coelho estreou uma nova moda modalidade que consiste em oferecer unilateralmente os préstimos do maior partido da oposição ao governo e às suas políticas (neste caso à execução do PEC), sem que este tenha mexido uma palha para os merecer.

Com este gesto, que José Sócrates ainda deve estar a agradecer ao Menino Jesus, Pedro Passos Coelho legitimou a tese do primeiro-ministro, de que Portugal está a ser vítima de “um ataque especulativo sem fundamento”. Ora, de duas uma: se isso for verdade, quer dizer que o país não está tão mal como dizem os avaliadores internacionais e que não tem sido mal governado. Neste caso, o PSD não tem função útil. Todavia, se os “ataques” não forem tão “especulativos” como diz o primeiro-ministro é porque o país está, de facto, mal. Então, há que saber porque razões chegamos a este ponto, quem foram os responsáveis, e o que se pode propor como alternativa.

É para este último tipo de coisas que costumam servir os partidos da oposição, e não para andarem à volta do primeiro-ministro como se fossem cãezinhos amestrados.

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