Estes apelos inúteis são os últimos cartuchos de uma resistência à igualdade. Sempre assim foi quando ela foi conseguida. Também os houve quando as mulheres ganharam o direito ao voto ou os negros conquistaram, nos Estados Unidos, os direitos cívicos que lhes estavam negados. Também eles prometeram o fim do Mundo e a decadência da civilização. E cá estamos.
Um dia a homofobia será vista com o mesmo desprezo com que a maioria hoje olha para o racismo. E só nesse dia pagaremos a dívida de séculos que temos para com os homossexuais. Nenhuma ditadura os poupou, quase nenhuma Igreja os tolerou, poucas democracias lhes fizeram justiça. Foram mortos, perseguidos, desprezados, apontados a dedo. O sofrimento que lhes causámos e que lhes continuamos a causar é de tal forma brutal, quotidiano e, por isso, banal, que demorará gerações a ser esquecido.
Hoje começámos, como sociedade, a pedir-lhes desculpa. Um dia isto será apenas história. E olharemos para estes grupos que se mobilizam para impedir a felicidade alheia como grotescas memórias de um passado indigno. Aí sim, teremos acabado o que só agora começámos.
Este texto, claramente inspirado (plagiado?) em Martin Luther King mostra que DO não está a falar por falar, ele já viu a terra prometida.
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