Até agora os sociólogos, os psicólogos e os filósofos tiveram uma espécie de repugnância ou de vergonha em admitir que haja alguma coisa de comum, ou antes, de idêntico, nos grandes processos históricos, como o Islão, a Revolução Francesa e a Revolução Russa, e fenómenos banais, privados, como o enamoramento. Aí está o orgulho da grandeza. Queriam ocupar-se das coisas importantes, significativas, das coisas centrais da vida social, e o enamoramento entre dois burgueses ou entre dois garotos, a paixão entre uma professora e um jardineiro, entre um homem de meia-idade e a sua secretária, pareciam-lhes tão míseros, tão mesquinhos, tão sem importância, que não lhes faziam vir à mente que as forças em questão fossem as mesmas.
Francesco Alberoni
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