A vitória de hoje de Pedro Passos Coelho no PSD tem algum paralelismo com a tomada do CDS por Manuel Monteiro em meados da década de 90. Surge como um projecto de recuperação de um partido exangue e nos limites da decadência política; tem como protagonista principal um antigo líder da estrutura juvenil do partido; é feita contra um baronato instalado e anquilosado que tem perdido eleições sucessivas; aposta num discurso renovado à direita com ligeiras conotações liberalizantes; é ostensivamente contra Cavaco Silva; tem fortes apoios nalguma comunicação social escrita; levou ao desespero José Pacheco Pereira; e, por último, tem até alguns entusiastas que partilharam, então, as alegrias da vitória com aquele outro líder. Esperemos agora - e digo isto sem a mais leve ponta de ironia - que Pedro Passos Coelho dê ao seu partido um destino substancialmente diferente do que Manuel Monteiro conseguiu dar ao CDS.
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