De acordo com a edição de hoje do International Herald Tribune, citando um estudo do CATO Institute elaborado a partir de dados obtidos no Eurostat, se o Estado português tivesse hoje de financiar todas as responsabilidades assumidas perante os seus cidadãos, nomeadamente no domínio das Pensões e da Segurança Social, a dívida pública portuguesa seria de 492% do PIB (comparada com os cerca de 80% de dívida explícita actual). Porém, caro leitor, não se preocupe: estamos longe de ser o pior exemplo dentro da UE-25!
Segundo o mesmo estudo, fosse o raciocínio anterior aplicado ao universo conjunto da UE-25, a dívida pública comunitária seria de 434% do produto. Entre os países com pior registo, a Polónia (1550% do PIB), a Eslováquia (1149%) e a Grécia (875%). Entre os países com registo menos mau, a Espanha (244% do PIB), a Bélgica (297%) e a Itália (364%). A título de curiosidade, refiram-se, ainda, as leituras atribuídas aos dois maiores países da UE, a Alemanha e a França, cujas dívidas públicas, seguindo o tal critério do CATO, seriam de 418% e 549% do PIB, respectivamente. Por fim, a título de curiosidade, nos Estados Unidos os encargos financeiros ascenderiam a 500% do produto.
Entre os factores definidos como mais preponderantes no cálculo dos desequilíbrios, atrás, descritos encontram-se a idade média de reforma e a dimensão dos respectivos sistemas públicos de saúde em cada país. A razão é simples: o envelhecimento da população europeia começa a fazer efeito. Assim, a fim de contribuir para a coesão da própria UE, é necessário que exista uma convergência da idade média de reforma. Infelizmente, não é isso que acontece na realidade. Por exemplo, na Alemanha estão a ser dados passos no sentido de aumentar a idade de aposentação para os 67 anos de idade. Pelo contrário, na Grécia, ao abrigo de uma legislação laboral que classifica 580 profissões como sendo de desgaste rápido, cerca de 14% da sua população activa reforma-se, com pensões máximas, entre os 50 (no caso das mulheres) e os 55 anos de idade (no caso dos homens).
De qualquer forma, a principal conclusão deste estudo da CATO - que, na minha opinião, carece ainda de confirmação (alguns números parecem-me estranhos) - é a seguinte: toda a Europa, não apenas este ou aquele país, está metida num enorme sarilho creditício.
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