14 março 2010

diferente

Num post anterior, coloquei a questão de saber se um país católico se abrir às vias do socialismo e do liberalismo, qual aquela para que espontaneamente tende, e da qual mais facilmente se aproxima. A resposta foi - o socialismo. O Papa Pio XI já tinha chegado, por outros caminhos, à mesma conclusão na Encíclica Quadragesimo Anno (1931):

"Dir-se-à que o socialismo (...) tende para as verdade que a tradição cristã sempre solenemente ensinou, e delas em certa maneira se aproxima. É inegável que as suas reivindicações concordam às vezes muitíssimo com as reivindicações dos católicos que trabalham na reforma social" (QA: 113).
A questão que pretendo colocar neste post é diferente, refere-se à Igreja Católica como instituição e não a um país de cultura católica, e é a seguinte: Qual é o maior adversário da Igreja Católica enquanto instituição, o socialismo ou o liberalismo?
Antes de responder, gostaria de relembrar que o socialismo coloca como valor supremo a igualdade, ao passo que o liberalismo enfatiza a liberdade. A tónica do liberalismo na liberdade deixa a cada um a possibilidade de ser diferente, na realidade é das diferenças que surgem as oportunidades de troca em que se compraz o liberalismo. O socialismo, pelo contrário, visa a igualdade. E a Igreja Católica alberga em si, intitucionalizando-os, os homens mais diferentes de todos os outros que podem existir na sociedade. Refiro-me, obviamente, ao clero católico. A oposição entre socialismo e Igreja Católica é radical.
Onde quer que os socialistas cheguem ao poder o seu primeiro alvo são os padres e a Igreja. Foi assim no passado, é assim no presente, será assim no futuro. A razão, volto a insistir, é que os padres são os únicos homens genuinamente diferentes que existem na sociedade - nos seus ideais de vida, no seu código de conduta, até no seu vestuário. Daqui resulta outra conclusão importante. Num país dominado pelas ideias do socialismo, o único sítio para um homem diferente se abrigar é a Igreja Católica. Não existe outro. Fora da Igreja não fica alternativa senão fazer parte da massa amorfa onde todos são iguais.

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