A ofensiva que nos últimos meses tem sido desencadeada em países protestantes contra a Igreja Católica - e a que fiz referência no meu post anterior - não está desligada da crise financeira internacional. Na Zona Euro, os países vulneráveis já estão isolados, e prontos a serem tratados, e são os países de predominância católica, os PIIGS - Portugal, Itália, Irlanda, Espanha, mais a ortodoxa Grécia, cuja tradição é muito próxima do catolicismo.
Não é possível a duas culturas viverem em conjunto. Uma acabará por dominar a outra. Não demorará que a Grécia já só possa fazer aquilo que a Alemanha deixar, e não tarda que o mesmo suceda aos outros países católicos em dificuldades. A Zona Euro foi uma enorme ratoeira em que os PIIGS se deixaram caír. É nesta situação de fragilidade económica e financeira que o protestantismo retomou a sua ofensiva velha de cinco séculos sobre a Igreja Católica, começando, naturalmente, pelo país mais vunerável, porque é aquele que está cercado de protestantismo - a Irlanda.
A pressão que está a a ser exercida sobre o Cardeal Sean Brady, chefe da Igreja Católica da Irlanda, para que se demita ilustra na perfeição o exagero a que se chegou. Em 1975, quando ainda era um mero padre Brady de 36 anos (hoje, tem 71), e portanto estava no escalão mais baixo da hierarquia, ele foi chamado para secretariar uma reunião onde o seu superior hierárquico - o bispo - procurou resolver uma questão de pedofilia envolvendo um outro padre.
A acusação que agora impende sobre o Cardeal Brady, 35 anos depois, e que leva à exigência da sua demissão, é a de que ele teve conhecimento do crime de pedofilia e não o denunciou. Esta acusação só pode provir da cultura protestante, e revela total incompreensão, ou má-fé, do que é a Igreja Católica.
Não me parece sequer relevante que o padre Brady tenha estado nessa reunião por ordem do seu superior hierárquico - o bispo. Mais importante é a incompreensão revelada pela disciplina a que está sujeito um padre católico. Um padre católico não pode andar a denunciar crimes de que tem conhecimento. Ele tem conhecimento todos os dias de crimes no confessionário - uns que são meros pecados veniais, outros que são mortais. Tem de os guardar para si e partilhá-los com Deus. Não lhe compete andar a denunciá-los à polícia. A Igreja não é nenhuma bófia.
Aquilo que, em última instância, se pretende com a demissão do Cardeal Brady é violar o segredo do confessionário, sob pena de, no futuro, um padre ser ele próprio implicado criminalmente quando tenha conhecimento de um crime, e não o denuncie. Acabar com o segredo do confessionário, escusado será dizer, é pouco menos do que acabar com o clero e com a própria Igreja.
A forma como a Igreja tem lidado com os casos de pedofilia é a forma própria de lidar com eles, sejam os seus autores padres ou leigos. Trata-se de lidar com os casos no máximo sigilo, nunca os denunciado em público, procurando resolver os problemas dentro da instituição, chamando os responsáveis à razão, disciplinando-os no caso de estarem sob a sua hierarquia, e procurando reparar os danos sobre as vítimas.
A Igreja procura fazer da humanidade uma família. E um pai de família, ou uma mãe, que tenha conhecimento de um caso de pedofilia por parte de um filho, não começa por denunciar o filho à polícia.
Não é possível a duas culturas viverem em conjunto. Uma acabará por dominar a outra. Não demorará que a Grécia já só possa fazer aquilo que a Alemanha deixar, e não tarda que o mesmo suceda aos outros países católicos em dificuldades. A Zona Euro foi uma enorme ratoeira em que os PIIGS se deixaram caír. É nesta situação de fragilidade económica e financeira que o protestantismo retomou a sua ofensiva velha de cinco séculos sobre a Igreja Católica, começando, naturalmente, pelo país mais vunerável, porque é aquele que está cercado de protestantismo - a Irlanda.
A pressão que está a a ser exercida sobre o Cardeal Sean Brady, chefe da Igreja Católica da Irlanda, para que se demita ilustra na perfeição o exagero a que se chegou. Em 1975, quando ainda era um mero padre Brady de 36 anos (hoje, tem 71), e portanto estava no escalão mais baixo da hierarquia, ele foi chamado para secretariar uma reunião onde o seu superior hierárquico - o bispo - procurou resolver uma questão de pedofilia envolvendo um outro padre.
A acusação que agora impende sobre o Cardeal Brady, 35 anos depois, e que leva à exigência da sua demissão, é a de que ele teve conhecimento do crime de pedofilia e não o denunciou. Esta acusação só pode provir da cultura protestante, e revela total incompreensão, ou má-fé, do que é a Igreja Católica.
Não me parece sequer relevante que o padre Brady tenha estado nessa reunião por ordem do seu superior hierárquico - o bispo. Mais importante é a incompreensão revelada pela disciplina a que está sujeito um padre católico. Um padre católico não pode andar a denunciar crimes de que tem conhecimento. Ele tem conhecimento todos os dias de crimes no confessionário - uns que são meros pecados veniais, outros que são mortais. Tem de os guardar para si e partilhá-los com Deus. Não lhe compete andar a denunciá-los à polícia. A Igreja não é nenhuma bófia.
Aquilo que, em última instância, se pretende com a demissão do Cardeal Brady é violar o segredo do confessionário, sob pena de, no futuro, um padre ser ele próprio implicado criminalmente quando tenha conhecimento de um crime, e não o denuncie. Acabar com o segredo do confessionário, escusado será dizer, é pouco menos do que acabar com o clero e com a própria Igreja.
A forma como a Igreja tem lidado com os casos de pedofilia é a forma própria de lidar com eles, sejam os seus autores padres ou leigos. Trata-se de lidar com os casos no máximo sigilo, nunca os denunciado em público, procurando resolver os problemas dentro da instituição, chamando os responsáveis à razão, disciplinando-os no caso de estarem sob a sua hierarquia, e procurando reparar os danos sobre as vítimas.
A Igreja procura fazer da humanidade uma família. E um pai de família, ou uma mãe, que tenha conhecimento de um caso de pedofilia por parte de um filho, não começa por denunciar o filho à polícia.
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