A campanha mediática que a Associação Portuguesa de Bancos realizou nos últimos dias junto dos principais órgãos de comunicação social, em particular na televisão, apelando ao aumento dos impostos (directos e indirectos, segundo o porta voz António de Sousa) a fim de credibilizar a consolidação orçamental e, assim, acalmar os mercados, só pode ser caracterizada de uma forma: nojenta.
Que os bancos estejam preocupados com o custo do seu "funding", eu entendo. Aquilo que já não consigo entender é a desfaçatez com que atiram para cima dos contribuintes a resolução do problema, sobretudo quando os bancos, como se viu recentemente a propósito do estudo publicado pelo BPI, sabem que o problema está no Estado despesista. Pelo contrário, como os bancos também sabem, quer as famílias quer as empresas estão sufocadas em impostos excessivos.
Enfim, a coisa ganha contornos ainda mais detestáveis quando, após uma observação mais cuidada dos dados do sector, nos apercebemos de que é no Estado que a banca tem a sua galinha dos ovos de ouro, pois, no último ano, foi na administração pública que o crédito bancário mais cresceu! Preocupados com o país?! Vão-se lixar.
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