Os mercados de dívida pública estão hoje a recuperar, com as respectivas taxas de cupão ("yields") em queda. Na zona euro, as obrigações do tesouro (OT) a 10 anos gregas e portuguesas são das que mais beneficiam do optimismo de hoje. Nas últimas semanas, têm surgido diversas tentativas de "colar" Portugal à Grécia. Embora a origem dos problemas estruturais de ambos os países seja semelhante, a magnitude dos problemas é muito diferente; a crise na Grécia é muito mais severa. Na realidade, a partir da análise da dívida pública pendente em Portugal, de acordo com o Instituto de Gestão do Crédito Público, verifica-se que, no caso português, o Estado terá em 2010 de refinanciar um total de 6 mil milhões de euros emitidos anteriormente (nota: não estão incluídos os Bilhetes do Tesouro). No caso da Grécia, esse valor é de 50 mil milhões. Ora, é precisamente esta diferença que está na base dos diferentes prémios de risco associados à dívida pública de cada país face, por exemplo, à dívida emitida pela Alemanha. O prémio de risco da Grécia é significativamente superior ao português.
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